Espetáculo “ATRAQUE” desafia convenções e reflete a cultura “Ballroom” do Rio de Janeiro

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Refletindo e celebrando a diversidade de gênero e raça, tendo como protagonistas pessoas trans e pretas do universo Ballroom do Rio de Janeiro, “ATRAQUE” é uma peça multilinguagem que oferece ao público uma experiência imersiva, revelando uma narrativa poderosa de empoderamento.

Numa junção entre dança, performance, moda e teatro, a peça desafia convenções e explora os princípios históricos, estéticos, comunitários e de disputa do vogue. “ATRAQUE“, nomeado a partir de uma gíria popular cujo significado remete à intensidade do confronto entre corpos, não se limita a ser um mero espetáculo, mas um terreno fértil de experimentação, transgressão e, acima de tudo, resistência.

Foto: Divulgação

Através de movimentos únicos e pessoais, a peça revela a beleza da individualidade e da criatividade humana. “Nossa peça foi construída e sonhada por pessoas que vivem diariamente a realidade Ballroom. Mais do que um estilo ou modalidade artística, essa é a nossa vivência, portanto o que está em cena reflete a história artística dessas pessoas”, destaca Wallace Ferreira, conhecida como Patfudyda e responsável pela direção artística do projeto.

A cultura Ballroom é um espaço de expressão, onde as pessoas participantes competem em categorias de dança, moda e performance, como o voguing. Mais do que competições, a cultura Ballroom oferece um senso de pertencimento e família para aqueles que estão à margem da sociedade, reforçando suas estruturas de apoio social. “Somos artistas com trajetórias diversas e é na cultura Ballroom que as nossas histórias se encontram”, reflete.

Em “ATRAQUE”, a presença e a potência de um corpo Ballroom transforma a realidade e coloca em xeque conceitos fundamentais dessa cultura que vivenciam. Sendo assim, a peça convida a explorar o cotidiano de uma “house”, ou casa – como são conhecidas as estruturas de organização.

Os significados de viver em comunidade são levados a cabo num jogo vivo, que expõe as contradições que emergem quando se escolhe compartilhar o mesmo espaço e viver em coletividade.

“O que nos move nesta peça é a vontade de criarmos outras narrativas para nossos corpos que se esquivam das que já são estão impregnadas no imaginário popular sobre pessoas trans”, explica. É nesse jogo vivo, nessa dança entre contradições e escolhas compartilhadas, que a coreografia se revela como uma ferramenta poderosa de inversão, sedução, escapismo e resistência.

É um acontecimento dinâmico e furtivo, construído em um território que sustenta sua própria continuidade.

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“Celebraremos nossa existência juntas em cada sessão desta temporada e das próximas que virão. Estaremos a cada dia dispostas a aproximar o universo Ballroom da arte contemporânea, entendendo que mais do que um grande movimento artístico, a Ballroom é também uma possibilidade de vida”, conclui.

Serviço

17/06 | 19h 

18| 06 | 18h 

Centro Coreográfico

Gratuito | Sympla 

08/07 | 17:30
Galpão Bela Maré
Gratuito | Ordem de chegada

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