O Rio Grande do Norte passou pela terceira noite e madrugada de violência com ataques em Natal, e pelo menos mais outras oito cidades nesta quinta-feira (16). Segundo a policia, as ações criminosas estão sendo organizadas por uma facção que tem queimado prédios públicos, comércios e veículos.
Mesmo com a chegada de 100 homens da Força Nacional, que reforçam a segurança do estado, os ataques continuam acontecendo. Desde o início dos ataques, na terça-feira (15) até às 6h30 desta quinta-feira (16), a polícia prendeu 57 suspeitos e apreendeu 15 armas, 46 artefatos explosivos e 10 galões com combustíveis. No total são 34 cidades atacadas.
Pela manhã, um ônibus foi atacado no bairro Guarapes, na Zona Oeste de Natal. Os bandidos abordaram motorista e passageiro da linha 599, determinaram que eles saíssem e atearam fogo no veículo. As chamas também atingiram fiações elétricas.
A prefeitura de Natal informou que a frota de ônibus na capital será recolhida às garagens, conforme decisão do sindicato.
Durante a noite, a operação de trens urbanos da capital do estado também foi suspensa pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos, depois que criminosos atacaram uma estação no bairro Nova Natal e colocaram obstáculos sobre a linha férrea, em vários pontos.
Na noite de quarta-feira (15), os criminosos atearam fogo em um supermercado no bairro Novo Amarante, em São Gonçalo do Amarante. Sem notificação de pessoas feridas. No bairro das Rocas, Zona Leste de Natal, criminosos tentaram realizar um saque em um supermercado. Seis suspeitos foram presos pela Polícia Militar.
Em Natal, um galpão da Urbana, companhia de coleta de lixo, também foi atacado por criminosos. Segundo testemunhas, o ataque aconteceu por volta das 23h e até a manhã desta quinta-feira (16) ainda tinha chamas no local.
Também na capital do estado, por volta das 23h, um posto de combustíveis foi atacado, na avenida Tomaz Landim, no bairro Igapó, na Zona Norte de Natal. De acordo com os funcionários, seis criminosos mandaram os trabalhadores saírem do local, atiraram contra as câmeras de segurança e atearam fogo contra bombas de combustíveis.
Dois veículos foram queimados no município de São Paulo do Potengi e carros do município de João Câmara foram destruídos também em incêndios.
Em Macau, o prédio das marisqueiras foi incendiado e tiros foram disparados em frente à delegacia da cidade. Em Caicó, tiros foram disparados contra a Câmara Municipal e houve incêndio de ônibus e uma empilhadeira.
Em Mossoró, no Oeste potiguar, a Polícia Militar informou que criminosos atiraram e atearam fogo em uma base desativada da corporação, na madrugada. O corpo de bombeiros foi acionado e conseguiu apagar as chamas.
Em Florânia, um ônibus escolar foi incendiando e um suspeito foi preso e conduzido a delegacia.
Em Coronel Ezequiel, vários veículos do município, entre eles três ônibus escolares, foram incendiados na madrugada. Segundo a prefeitura, também foram destruídos tratores, retroescavadeiras, caçambas, entre outros equipamentos.
Em João Câmara, criminosos também atearam fogo no abatedouro do município.
Consequências nas cidades
De acordo com a prefeitura de Natal, a onda de violência está impactando serviços públicos, como o transporte. As linhas urbanas da capital foram recolhidas devido a ataques nesta manhã.
“Para permitir que a população possa realizar os deslocamentos necessários, a STTU está autorizando que os táxis, os veículos do transporte escolar e os veículos de fretamento turístico realizem lotação até que a operação dos ônibus retorne a normalidade”, informou a prefeitura em nota.
As linhas intermunicipais também foram afetadas e não funcionam nesta quinta (16). A decisão de paralisação aconteceu após um microônibus da Jardinense ter sido queimado a caminho da garagem, na Zona Oeste de Natal.
As linhas de trem também foram suspensas pela manhã, segundo a Companhia de Trens Urbanos (CBTU), que atende a região metropolitana de Natal. Também foram suspensas a coleta de lixo e atendimento em unidades básicas de saúde e em escolas da rede municipal desde a quarta-feira (15).
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Em Mossoró, não há transporte público desde a terça-feira. Universidades suspenderam as aulas na terça-feira após a sucessão de ataques.