Crianças negras são impedidas de entrar em área nobre de estádio em SP 

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Duas crianças negras foram impedidas de entrar em uma área nobre do estádio Neo Química Arena, em São Paulo, na última quarta-feira (13). O caso foi denunciado pelo cantor Gustavo Sena, mais conhecido como Sena MC. Ele filmou o caso e desabafou em publicação nas redes sociais, relatando que os dois meninos ganharam ingressos de camarotes no setor Oeste, mas foram barrados na entrada e tiveram os bilhetes rasgados. Além disso, as crianças afirmaram que uma suposta supervisora do setor teria dito que eles iriam “tumultuar”. 

O cantor Sena MC denunciou caso de racismo contra duas crianças negras em estádio do Corinthians. Foto: Reprodução Redes Sociais

Também de acordo com o cantor, um casal se dispôs a acompanhar os dois garotos dentro do estádio. Apesar disso, eles não puderam entrar, já que funcionários da Arena já teriam passado o ingresso deles na leitora e girado a catraca. No dia seguinte ao episódio, o Corinthians disse que estava apurando o caso.  

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Já nesta sexta-feira (15), o clube informou que procurou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE). Imagens do local foram fornecidas para ajudar nas investigações. Vale destacar que o caso ocorreu quando o Corinthians venceu o Desportivo Cali por 1 a 0 no estádio Neo Química Arena, anteriormente denominado como Arena Corinthians e popularmente conhecida como Itaquerão.  

Ainda sobre caso de racismo no futebol, um recente levantamento realizado pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol revelou que apenas 35 casos de discriminação racial ocorridas no futebol entre os anos de 2019 e 2021 tiveram algum tipo de punição. Ao todo, durante o período citado, foram 171 denúncias de crimes. Além disso, o Observatório informou ainda mesmo que quatro casos ainda estejam em andamento, a falta de sanções contra jogadores, torcedores, clubes ou dirigentes, leva descrédito a jogadores que denunciaram os casos. Outro fator em destaque é a a falta de negros nos tribunais e as falhas na legislação, piorando ainda mais o cenário da questão. 
 

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