Fonte: Agência de Notícias da ONU
Uma operação militar israelense em Rafah, cidade do sul da Faixa de Gaza que abriga muitos refugiados, “poderia causar um massacre” e prejudicar o trabalho humanitário no enclave. O alerta foi feito pelo Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Ocha, na sexta-feira (03).
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O porta-voz do Ocha, Jens Laerke, afirmou em coletiva de imprensa na sede da ONU em Genebra que “qualquer operação terrestre significaria mais sofrimento e morte” para os 1,2 milhão de palestinos deslocados que se abrigam no local.
Planos de emergência
Preocupada com uma incursão militar em grande escala, a Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que foram feitos planos de contingência, mas eles não serão suficientes para evitar o agravamento da situação humanitária em Gaza.
O representante da OMS no Território Palestino Ocupado, Rik Peeperkorn, afimou que o plano funciona como um “curativo” e não evitará a “mortalidade e a morbidade adicionais substanciais causados por uma operação militar”.
Falando de Jerusalém, o médico da OMS alertou que uma operação militar provocaria uma nova onda de deslocamento, mais superlotação, menos acesso a alimentos essenciais, água e saneamento e mais surtos de doenças.
Acesso humanitário
Ele ainda observou que a piora na situação de segurança também poderia impedir seriamente o movimento de alimentos, água e suprimentos médicos para Gaza e através dos pontos de fronteira.
Apesar de “uma ligeira melhora” na disponibilidade e na diversidade de alimentos em Gaza nas últimas semanas, Peeperkorn negou qualquer sugestão de que a ameaça iminente de desnutrição aguda tenha diminuído para os mais vulneráveis do enclave.
Ele explicou que os efeitos serão vistos nos próximos anos, observando que 30 crianças já morreram devido a doenças ligadas à desnutrição.
Situação dos hospitais
Depois de quase sete meses de bombardeios israelenses, provocados pelos ataques terroristas liderados pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, apenas 12 dos 36 hospitais de Gaza e 22 das 88 instalações de saúde primária do enclave estão “parcialmente funcionais”.
A agência da ONU revelou que entre eles está o Hospital Najjar, em Rafah, que oferece tratamento de diálise a centenas de pessoas.
O líder da equipe da OMS em Gaza, Ahmed Dahir, afirmou que o sistema de saúde “mal está sobrevivendo”, assim, se houver alguma operação, a população e os pacientes não poderão acessar esses hospitais, o que pode causar uma “catástrofe”.
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