O presidente de Camarões, Paul Biya, de 92 anos, foi declarado vencedor de seu oitavo mandato nesta segunda-feira (27), conforme anunciado pelo Conselho Constitucional do país. Seu principal adversário, Issa Tchiroma Bakary, também reivindicou a vitória e relatou disparos próximos à sua residência.
De acordo com os resultados oficiais, Biya conquistou 53,66% dos votos, enquanto Bakary obteve 35,19%. Com a reeleição, o presidente poderá permanecer no poder por mais sete anos, chegando próximo ao centenário.
Nos dias seguintes à eleição de 12 de outubro, apoiadores da oposição entraram em confronto com forças de segurança em diferentes cidades, motivados pelos resultados parciais que indicavam a vantagem de Biya.
Bakary afirmou ter vencido a eleição, apresentando uma apuração que apontava 54,8% de seus votos contra 31,3% de Biya, com base em dados que cobriam cerca de 80% do eleitorado. O político também convocou protestos caso o Conselho Constitucional validasse o que chamou de “resultados falsificados”.
O partido no poder, Movimento Democrático Popular de Camarões, descartou as alegações da oposição, reforçando que aguardaria apenas o resultado oficial.
Biya lidera o país desde 1982, quando assumiu após a renúncia de Ahmadou Ahidjo, sendo apenas o segundo presidente da história de Camarões. Ao longo do tempo, manteve forte controle político, incluindo a eliminação dos limites de mandatos presidenciais em 2008, e venceu eleições anteriores com margens consideráveis.
Nos últimos dias, a tensão pelas ruas se intensificou. Confrontos entre manifestantes e forças de segurança resultaram na morte de quatro pessoas em Duala no domingo (26). Protestos também foram registrados na capital Yaoundé e em outras cidades, como Bafoussam e Douala, importantes centros populacionais do país.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, durante viagem à Indonésia, que será candidato à reeleição em 2026. “Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Então, estou lhe dizendo que ainda vamos nos encontrar muitas vezes”, declarou Lula em resposta ao presidente indonésio Prabowo Subianto.
Caso seja reeleito, Lula, que terá 80 anos na época, poderá completar mais quatro anos de mandato, chegando a 16 anos como chefe do Executivo brasileiro. Com isso, ele se tornaria o segundo presidente com mais tempo no poder durante a República, período que inclui os regimes ditatoriais, ficando atrás apenas de Getúlio Vargas, que governou por 18 anos entre períodos ditatoriais e democráticos.
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