Adolescente branco que invadiu 40 condomínios de luxo e roubou R$ 30 milhões, fingia ser morador

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“A boa aparência acaba facilitando. Ele não tem ‘cara de bandido’”, disse o delegado Fábio Sandrin, responsável pelo caso de um adolescente de 17 anos, que foi detido pela Polícia Civil de São Paulo. Ele, que por motivos legais não teve sua identidade revelada, realizava uma série de crimes: invadiu ao menos 40 condomínios de luxo em seis estados brasileiros, sendo responsável por um rombo estimado em mais de R$30 milhões.

Segundo reportagem exibida pelo Fantástico, no último domingo (29), ele se passava por morador vestindo roupas de grife, mochilas caras e fones de ouvido, comportando-se com naturalidade e segurança na entrada dos edifícios. A estratégia era parecer invisível ou pelo menos familiar aos olhos dos porteiros e demais funcionários dos prédios.

O adolescente já havia vivido dois anos em medida socioeducativa. / Vídeo: Reprodução Fantástico/TVGlobo

Ele roubava joias, relógios de luxo, dinheiro em espécie (dólares e euros), e cofres. Aos 14 anos, em um outro assalto, ele já havia levado aproximadamente R$ 3milhões em bens. “Boa aparência e bem desinibido. Ele agia como se fosse um garoto rico”. Segundo o delegado Sandrin, essas características facilitavam que o adolescente passasse despercebido pelos porteiros e moradores, reforçando a estratégia de fingir ser um morador comum.

A reincidência do adolescente, mesmo após quase dois anos em medida socioeducativa, levanta questões cruciais sobre a eficácia das políticas de reabilitação, a ausência de acompanhamento após a soltura e os limites de um sistema que pune, mas pouco previne.

Enquanto isso, síndicos, moradores e empresas de segurança precisam repensar protocolos que, muitas vezes, tratam jovens negros como suspeitos e jovens brancos de aparência “bem cuidada” como inofensivos. O caso escancara como o racismo estrutural molda percepções de perigo, facilitando o crime para alguns e criminalizando a aparência de outros.

O adolescente, por ser menor, ficará sob medida socioeducativa até completar 21 anos.

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