A Polícia Civil de Sorocaba (SP) instaurou um inquérito para investigar a morte de jovem negro que morreu baleado pelo segurança de um bar no último sábado. O estudante Vitor Nascimento Carvalho Bernardino, de 21 anos, foi baleado com dois tiros.
De acordo com a Polícia Civil, depoimentos estão sendo coletados, mas o segurança da boate Kart Beer, em Sorocaba, interior de São Paulo, ainda não foi preso.
“Quero justiça. Espero que a polícia prenda esse cara, que ele pague pelo crime que ele fez. Que ele tenha noção do mal que ele fez até para o Brasil porque tirou uma pessoa boa do mundo. Sabe, um menino promissor, um menino que gostava de peixe. Ele tinha um projeto que talvez ia para a UFSCar, que ele falava antes da pandemia, de revigorar os peixes de riacho”, disse o pai de Vitor, em entrevista à Tv Tem.
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Segundo depoimentos, após uma briga generalizada, quando o estudante e seus amigos já estavam indo embora, um dos seguranças junto com um homem desconhecido foram até eles e começaram a espancar o estudante. Conforme o relato dos amigos de Vitor, o segurança e o homem passaram a agredir fisicamente a vítima. Em determinado momento, o segurança teria mostrado uma arma de fogo e ameaçado o grupo.
“O Vitor falou: ‘para, para, por favor, abaixa a arma. Não quero fazer nada’. Outro [segurança] bateu no Vitor. O Vitor entrou no carro e fechou [a porta]. Nisso, o outro casal tinha saído pela outra porta [do carro], o segurança apontou a arma para o casal, não fez nada, olhou para o Vitor, que estava dentro do carro, e efetuou o disparo“, afirmou o amigo de Vitor, Leonardo Vilela, em entrevista à Tv Tem.
Em nota, a boate Kart Beer afirmou que “o assassino GLAUBER, naquele dia, não estava prestando serviços para nosso estabelecimento, o mesmo chegou dizendo que havia brigado com a esposa e estaria ali para curtir a noite. Tanto que toda a equipe de segurança trabalha trajada de roupas pretas e o mesmo vestia camiseta azul e calça jeans.”
A Polícia Militar entrou em contato com o chefe dos seguranças do bar, o qual informou que teria visto o segurança ir até o grupo de amigos com outro homem e escutado os disparos. Em seguida, ele teria visto o segurança correr e fugido.
A família de Vitor não acredita na versão dada pela Kart Beer, que alega que o autor dos disparos não estava trabalhando naquele dia e reforça que a motivação dos disparos tenha sido por racismo. “O cara deu um tiro nele, covardemente, dentro do carro. Por quê? Para que ele fez isso? Que despreparo”, disse o pai da vítima.