Na noite do último sábado (23), um garoto da cidade de Marília, interior de São Paulo, enviou mensagem ao seu pai para tirá-lo de uma festa em que o melhor amigo era vítima de bullying e racismo, chamando de “preto e gordo”. Na mensagem, o filho pede ao pai para buscá-lo e levar o amigo embora também para não deixá-lo sozinho na festa. Ainda na mensagem, a criança relata que falou com um dos pais e com um animador que riram da situação.
Mateus Barboza, pai do garoto, fez uma publicação no Facebook e disse estar “extremamente triste com a situação, mas, por outro lado, feliz pela atitude do filho em não se juntar aos outros meninos, mas fica a reflexão. Nenhuma criança nasce preconceituosa e muito menos agressiva, ou seja, ela aprende isso de alguma forma e na maioria das vezes é em casa, com base na educação que os pais dão e principalmente no comportamento deles. Então pensem bem no tipo de exemplo que vocês pais dão a seus filhos”, avaliou.
Racismo e saúde
Um artigo publicado em agosto deste ano, pela Academia Americana de Pediatria, mostra que a exposição prolongada a hormônios do estresse, por exemplo, pode colaborar para o nascimento de bebês com baixo peso e o aumento nas taxas de mortalidade infantil. As consequências são acentuadas pela dificuldade de mulheres negras em ter acesso ao pré-natal. Ainda de acordo com a publicação, O racismo sofrido por crianças negras, ainda em idade escolar, pode impactar a saúde mental de meninos e meninas, tornando-se um dos fatores responsáveis por desencadear doenças psíquicas como a depressão.