Na próxima segunda-feira (06), o canal de televisão Trace Brazuca estreia o documentário “Afropunk Bahia – A Nossa Hora”, às 19h. A produção original da Trace Brasil, mostra os bastidores do festival de cultura negra.
Com a presença de artistas como Margareth Menezes, Mano Brown Larissa Luz, Luedji Luna, Malía, Duquesa, Melly, Tássia Reis, Majur, Urias, Shuna e Gian Pedro (Yoùn), Virus Carinhoso e outros, o documentário dirigido por Alberto Pereira Jr. e Rodrigo de Paula, aborda como Salvador, capital da Bahia e cidade mais preta fora da diáspora africana, recebeu em novembro de 2021 a primeira edição presencial do evento.
O documentário mostra os bastidores da primeira edição do festival. Foto: Divulgação
Alberto Pereira Jr, head de programação da Trace Brasil e diretor do documentário, ressalta a importância de contar a história de um evento dessa magnitude. “Queremos, através do documentário, celebrar a potência e a diversidade da cultura preta, e mostrar os bastidores desse festival que é símbolo de resistência e de resgate da ancestralidade da população brasileira. Ficamos imensamente felizes em participar do evento e ainda mais em poder compartilhar tudo o que vivenciamos naquele lugar: música, brasilidade, dança e moda”, comenta.
Antes de se tornar um festival, o Afropunk surgiu como um movimento cultural, que tinha como objetivo ser resistência dentro da comunidade punk rock dominada por pessoas brancas. O lançamento do documentário Afro-Punk (2003), dirigido por James Spooner, foi um pontapé inicial para o movimento. Diante dessas iniciativas, as pessoas começaram a se engajar para construir uma narrativa de valorização da população negra.
O Brasil se tornou o primeiro país latino-americano a receber o Afropunk. Por conta da pandemia da Covid-19, a primeira edição da festa em novembro de 2020 foi realizada de forma remota. A segunda edição – a primeira presencial – ocorreu em 27 de novembro de 2021. Já em 2022, o festival aconteceu entre os dias 18 e 19 de novembro na capital baiana. Entre as atrações estavam Emicida, Baco Exu do Blues, Black Pantera, Ludmilla, Liniker, Mart’nália, Mano Brown e outros.
Cantora Liniker no Afropunk Bahia, em Salvador. Foto: Sércio Freitas/Divulgação/Afropunk
Marcando a estreia da primeira edição presencial, o rapper Mano Brown foi um dos artistas nacionais a abrilhantar o evento ao lado da cantora Duquesa, cantando seus maiores sucessos como “Intro” e “Vida Loka”. No palco, o músico apontou para o público sua motivação. “O que me move não é o amor é a indignação dessa sociedade”, disse.
A cantora e compositora Margareth Menezes, símbolo baiano, reforçou que é preciso lutar para ocupar todos os espaços dentro da sociedade. “A capacidade e o talento que emana do nosso povo é uma coisa incrível. Acho que precisamos criar uma corrente para que possamos usar nossa força para se libertar desses estigmas e construir um jeito novo de viver, criando uma sociedade mais justa e igualitária para todos nós”, destaca Margareth Menezes.
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