Documentário “Rio, Negro” narra a contribuição negra na formação do Rio de Janeiro

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Rio a Capital Negra do Brasil. Rio de Janeiro 23_03_22

O documentário “Rio, Negro”, da Quiprocó Filmes, distribuído pela Pipa Pictures, estreia nacionalmente na próxima quinta-feira (2). O filme, apresentado pela Casa Fluminense, traz imagens históricas e depoimentos de intelectuais como Haroldo Costa, Luiz Antonio Simas, Mãe Meninazinha de Oxum, Tainá de Paula e Leandro Vieira

Focado em uma perspectiva afrocentrada sobre a formação da cidade, o documentário revela o protagonismo individual e coletivo da população negra, bem como a perseguição institucional que culmina na transferência da capital para Brasília. “Rio, Negro” apresenta argumentos históricos inéditos sobre relações sociais, mudança da capitalidade nacional e efeitos políticos decorrentes desse processo,

O filme destaca protagonismo de personagens populares negros. Foto: Divulgação

O filme destaca a participação de capoeiristas, sambistas, tias baianas, malandros, barqueiros e outros personagens que forjaram movimentos culturais, sociais, religiosos e de saberes do Rio de Janeiro. Conforme explica o diretor e roteirista Fernando Sousa.

“Em Rio, Negro, o período de transição entre a monarquia e a república é tratado como um momento crucial para a vida social e política da cidade. Foi também quando a população urbana pobre e preta se consolidou, se organizou e foi amplamente acossada pelo Estado. O filme vem pensar a cidade a partir da presença e contribuição dessa população, responsável pelo nosso modo de ser, nossa linguagem falada e corporal, nossas crenças, entre tantas outras características marcantes presentes no nosso cotidiano”, diz Gabriel.

Ao mesmo tempo em que reconstitui essa contribuição, a obra cinematográfica mostra o movimento institucional de “embranquecer” e “civilizar” a cidade por meio da assimilação de modelos urbanísticos e arquitetônicos das metrópoles europeias, sobretudo os de Paris, em detrimento da influência africana. Apesar de recontar parte dessa história, Gabriel Barbosa enfatiza que “Rio, Negro” traz uma perspectiva diferente.

“É fundamental criar novas narrativas e inverter esse olhar do suplício e do açoite que é constantemente associado à história da população negra. Em ‘Rio, Negro’ invertemos essa lógica, abordando outros olhares como a sofisticação estética e a contribuição destas pessoas em campos como a arte, a ciência, a gastronomia, a linguagem”, afirma o diretor.

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