O ex-presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, foi punido pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República com a pena de censura ética por assédio moral discriminação de religiões, de lideranças de religiões africanas e manifestações indevidas nas redes sociais, enquanto exercia o cargo de presidente da Fundação.
Na determinação, não consta quais foram os episódios que motivaram a decisão da Comissão, no entanto, Camargo foi duramente questionado por movimentos negros quando, por exemplo, decidiu o logotipo da Fundação Palmares. Segundo ele, o atual design é uma referência ao “Machado de Xangô”, um Orixá das religiões de matriz africana, conhecido por ser o Rei da Justiça.
Além disso, em 2021, ele disse que não apoiaria o Dia da Consciência Negra, celebrado sempre em 20 de novembro, e chamou os negros de “negrada vitimista”. em 2020, decidiu retirar algumas pessoas do rol de personalidades negras da Fundação Palmares. Entre elas estavam Martinho da Vila, Marina Silva, Madame Satã, Benedita da Silva e Marighella.
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Entre suas atribuições, a Comissão de Ética tem poder de investigar a conduta de servidores públicos da alta administração do Poder Executivo e, se for o caso, indicar punição e até exoneração do cargo, que fica a critério do presidente da República. No caso de Camargo, ele já não faz parte dos quadros da da Fundação, mas a censura fica expressa no currículo funcional do agente público.
Sérgio Camargos foi candidato ao cargo de deputado federal pelo Estado de São Paulo nas eleições deste ano, mas não foi eleito, obtendo 13.085 votos, figurando na suplência da chapa.