Lula chega ao Egito para a COP27 e anuncia pronunciamento nesta quarta às 12h15 (de Brasília)

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FOTO: CARL DE SOUZA / AFP

Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira viagem internacional desde que foi eleito presidente do Brasil, chegou nesta terça-feira(15) ao Egito, onde deve dizer nas negociações climáticas da COP27 da ONU que “o Brasil está de volta” na luta contra o aquecimento global.

Lula derrotou nas eleições de outubro o presidente de direita Jair Bolsonaro, que governou em meio a crescente destruição da floresta amazônica e se recusou a sediar a cúpula climática de 2019 originalmente planejada para o Brasil.

Lula chegou à cidade turística de Sharm el-Sheikh na terça-feira, antes de sua aparição planejada nas negociações climáticas na quarta-feira, quando dois de seus assessores disseram à Reuters que ele vai entregar a mensagem de que “o Brasil está de volta”.

Lula prometeu um plano abrangente para reforçar a aplicação da lei ambiental e criar empregos verdes.

Sua equipe também trabalhou para garantir uma aliança de conservação da selva anunciada na segunda-feira entre as três maiores nações de floresta tropical –Brasil, República Democrática do Congo e Indonésia.

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FOTO: CARL DE SOUZA / AFP

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Lula se encontrou nesta terça-feira (15) com John Kerry e Xie Zhen Hua, representantes dos Estados Unidos e da China para assuntos do clima na COP 27, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

O presidente eleito recebeu mais de 10 convites para reuniões bilaterais com representantes de outras nações, disse sua assessora ambiental Izabella Teixeira, acrescentando que os nomes não foram revelados por razões de segurança.

NOVO CONTEXTO

Três diplomatas brasileiros disseram à Reuters que o país está em uma posição mais forte para barganhar nas negociações da ONU por causa da eleição de Lula.

Eles disseram que outros países sabem que o Brasil em breve terá um governo Lula que prometeu levar a questão mais a sério do que Bolsonaro, um cético em relação às mudanças climáticas.

A própria posição de negociação permaneceu praticamente inalterada, independentemente de quem esteve no poder.

Por exemplo, espera-se que o Brasil continue pressionando para que as nações ricas com altas emissões de gases de efeito estufa paguem às nações pobres pelos danos históricos ao clima sob Lula, disseram os diplomatas.

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, disse que a eleição de Lula permitirá uma cooperação regional renovada entre as nações da floresta amazônica para combater o desmatamento, um dos principais contribuidores para as mudanças climáticas.

“Há um novo contexto político na América Latina”, disse Muhamad. “Temos que trabalhar em uma política comum na Amazônia.”

Ela disse que a Colômbia e seu próprio presidente recém-eleito, Gustavo Petro, apoiam a proposta de Lula para uma cúpula de países amazônicos e nações desenvolvidas interessadas na conservação.

Teixeira disse que sentiu que o clima em torno do Brasil mudou na COP27 em comparação com as cúpulas anteriores.

“Há esperança”, disse ela. “As pessoas estão muito felizes porque o Brasil vai voltar.”

Na semana passada, fontes disseram à Reuters que Lula planeja na COP27 se oferecer para sediar uma futura cúpula climática da ONU e anunciar a criação de uma autoridade climática nacional para supervisionar o trabalho do governo para enfrentar o aquecimento global.

Lula também planeja trabalhar com governos estaduais no Brasil para combater o desmatamento.

Seu primeiro encontro na quarta-feira será com seis governadores de Estados brasileiros da região amazônica, que também estão na COP27, mostra sua agenda pública.

Na quinta-feira, Lula se reunirá com grupos da sociedade civil brasileira e representantes indígenas, além do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse Teixeira. Ele parte na sexta-feira para Portugal.

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula e conselheira de sua campanha, disse que sua vinda à COP mostra a grande importância que ele dá ao clima.

“A grande mensagem é a presença dele aqui”, disse ela a repórteres na cúpula.

Fonte: Reuters

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