Arte e conscientização racial: com a união desses dois elementos uma professora mineira discute o racismo no Brasil através da exposição “Memórias de um tempo livre”, instalada em Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro.
Após 131 anos da abolição da escravidão, a artista e educadora do ensino público, Flaviane Malaquias, apresenta obras de representações afro-brasileiras que carregam elementos visuais negros, promovendo reflexões sobre a vivência e cultura negra durante todos esses anos no país.
Com curadoria da artista e coordenação da professora Aninha Duarte, fundadora do Núcleo de Pesquisa em Pintura e Ensino (Nuppe), vinculado ao Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), as peças contam com recortes de adesivos vinílicos que revelam silhuetas fotografadas durante a Festa da Congada.
Além disso, é possível notar o olhar de Flaviane nos registros obtidos em rodas de capoeira e nos terreiros das escolas de samba. Tudo isso em Uberlândia. No entanto, as viagens ao Rio de Janeiro, onde a artista conheceu o Grupo de Empoderamento Crespo, e a Salvador, onde fotografou vendedores de café no Pelourinho, também marcam presença na exposição.
A artista é formada em Artes Visuais e possui mestrado em Artes e Educação, ambos pela UFU. Durante a graduação morou em Melbourne, na Austrália, e teve a oportunidade de estagiar no museu The Duldig Studio.
“Memórias de um tempo livre” pode ser conferida na ITV Cultural, em Uberlândia, até o dia 14 de junho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. A entrada é gratuita.