Uma das matriarcas mais velhas do candomblé em Curitiba (PR), a Yalorixá Iyagunã Dalzira Maria Aparecida defende, de 81 anos, defendeu sua tese de doutorado, na manhã desta sexta-feira (23), na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A tese “Professoras negras: gênero, raça, religiões de matriz africana e neopentecostais na educação pública”, pesquisada por Iyá, como é carinhosamente conhecida, vai além de uma realização pessoal, mas também uma conquista socialmente importante e, como ela mesma diz, “é um divisor de águas para o conhecimento”, afirma.
Iyá faz parte da 7ª geração de africanos que chegou ao Brasil e representa um dos principais símbolos na luta pela defesa da tradição africana, da religiosidade africana e contra o racismo no Estado do Paraná. Ela iniciou seus estudos aos 47 anos, no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e, aos 63 anos iniciou o curso de Relações Internacionais. Aos 72 anos, realizou e defendeu seu mestrado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, sobre os saberes do candomblé na contemporaneidade.
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Iyá é uma personalidade do movimento negro paranaense atualmente. Em entrevista ao jornalista René Ruschel, da Carta Capital, ela disse que com o título ela possa contribuir para a construção de uma sociedade com menos ódio, violência e mais amor. “Sempre seremos negros, mas que não sejamos odiados por sermos negros”, finaliza.