Na última segunda-feira (8), Mariana Cardim de Lima, mãe de João Gabriel, atropelado e morto pelo modelo Bruno Krupp, prestou depoimento na 16ª Delegacia de Polícia na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e desabafou sobre a perda do filho.
Na saída da delegacia, ela falou como se sente com a imprensa e, inclusive, o depoimento teve três pausas, segundo a Polícia Civil, para que ela tivesse atendimento médico. Amparada pelas irmãs, Débora e Maura Cardim, ela disse que quando vê o que está acontecendo, entra “em uma crise de tremor muito forte. Tenho tentado evitar muito assistir às reportagens”.
Ela revela ainda que só está conseguindo resistir a tudo que aconteceu se apegando à fé e aos medicamentos. “Estou conseguindo lidar com isso com muita fé e remédios. Tentava dar responsabilidade ao meu filho, que estudava no Sesi em tempo integral. Ele era um menino de 16 anos, mas tinha muita responsabilidade. Eu o ensinava a ser um homem de bem, a respeitar o próximo. Ele era o protagonista da minha vida. Está muito difícil, para mim, viver agora”, lamenta.
Brinquedo novo
Débora, irmã de Mariana, disse estar revoltada com a passividade e declaração da família de Krupp. Eles disseram que o rapaz estava com um “brinquedo novo”, a motocicleta que atropelou João Gabriel. “Meu sobrinho sim era um menino de 16 anos. Com 25 anos ele é um homem. E a vida do meu sobrinho não é um brinquedo. “Ele deveria ter responsabilidade, até pela profissão que exerce, de modelo e influencer”, declarou.
O delegado Antenor Lopes, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital da Polícia Civil do RJ, disse que o depoimento da mãe do rapaz é imprescindível para o caso, uma vez que ela estava com ele no momento do atropelamento. “Ela estava no local, presenciou tudo. Pode ajudar a corroborar importantes informações”, disse.
Segundo testemunhas, Krupp estava em alta velocidade, cerca de 150 km/h e não possui habilitação para pilotar nenhum tipo de veículo automotor. Nesta terça-feira (9), o delegado vai ouvir o médico Bruno Nogueira Teixeira que pediu internação de Krupp no CTI para tratar os rins, contrariando a equipe médica do Hospital Marcos Moraes.
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“O médico vai ter de explicar essa conduta atípica, em desacordo com os procedimentos de toda a equipe médica do hospital. Ele é um profissional e precisa explicar sua conduta para que não sobre dúvidas sobre uma possível tentativa de fraude processual”, explica o delegado responsável pelo caso.
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