Um estudo realizado pelo Instituto Sou da Paz, publicado nesta sexta-feira (19), mostra que existe uma desigualdade no grupo de crianças e adolescentes (até 14 anos), em que a proporção de violência armada nas mortes por agressão é duas vezes superior para as vítimas negras: 61% das vítimas negras até 14 anos foram mortas por arma de fogo, enquanto entre as não negras essa proporção foi de 31%.
A pesquisa “Violência armada e racismo: o papel da arma de fogo na desigualdade racial” permitiu uma análise dos dados dos anos de 2012 a 2019, do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. Segundo o Instituto, os dados evidenciam mais uma vez o quanto o racismo estrutural violenta a população negra, que responde historicamente pela maioria das vítimas de homicídio no país.
Em 2019, os homens negros representaram 75% das vítimas de agressão com arma de fogo no país, contra 19% de homens não negros, enquanto as mulheres negras somaram 4% das vítimas, contra 2% de mulheres não negras. Adolescentes e jovens (15-29 anos) somaram 61% entre as vítimas negras, enquanto esse grupo respondeu por 51% dos óbitos na população não negra. O estudo revelou que, principalmente entre homens e jovens, a taxa de mortalidade por homicídio é 6,5 vezes maior do que a taxa nacional, desigualdade denunciada como genocídio da juventude negra pelos movimentos sociais.
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Para Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, esses dados escancaram o racismo estrutural e se torna mais cruel na medida que mostra que crianças negras morrem muito mais vítimas de arma de fogo do que as crianças brancas. “Sociedade e governos precisam olhar para esse números com a urgência necessária e tomar medidas imediatas para interromper esse ciclo. Por trás de cada número há uma vida interrompida brutalmente pela violência armada. São mortes evitáveis”, afirma.
Regionalização
O racismo é um vício social abominável, arraigado em nossa cultura desde os tempos do Brasil Colônia.
Infelizmente, a nossa sociedade é predominantemente racista, sendo o Brasil um dos países onde mais se verifica violência contra negros no mundo.
De acordo com a “ONU Mulheres Brasil” (entidade das Nações Unidas para o Empoderamento da Mulher), “a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. São 63 mortes por dia. 23 mil por ano.”
[FONTE: http://www.onumulheres.org.br/noticias/23-mil-jovens-negros-assassinados-por-ano-e-um-escandalo-diz-nadine-gasman-representante-da-onu-mulheres ]
Ou seja, um verdadeiro genocídio da juventude negra ocorre em nosso país e apesar de nos causar revolta e comoção, os assassinatos brutais de jovens negros que vemos quase todos os dias nos noticiários, têm sido infelizmente uma prática comum e recorrente no mundo inteiro.
O preconceito racial não é um sentimento que brota de repente, da noite para o dia. Ninguém nasce racista !!
O racismo, como todas as demais formas de preconceito, é produto de um aprendizado que tem suas raízes, muitas vezes, no seio da própria família. Lamentavelmente !!
Os que alimentam essa insana ilusão de superioridade racial em relação aos negros deveriam lembrar, antes de tudo, que somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus, e nesse sentido não podemos negar que somos todos irmãos.