Esta semana completou um ano da morte do cineasta Cadu Barcellos e até agora a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ainda não concluiu o inquérito que investiga o crime. Cadu, que é cria do complexo da Maré, no Rio de Janeiro, tinha 34 anos e perdeu a vida quando voltava para casa na noite de 11 de novembro de 2020. O cineasta foi vítima de um ataque a facadas, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.
Uma das hipóteses para o crime é de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. A DHC ouviu transeuntes e caminhou pelo local do incidente, chegando a até uma câmera de ônibus, nela foi possível identificar um dos suspeitos que utilizou o RioCard do falecido, porém o caso segue sem enceramento.
Para que o filho de Cadu nunca esqueça quem foi seu pai, a esposa da vítima, a fotógrafa Gabriela Alves, confecciona uma caixa de lembranças. Bernardo hoje com três anos, era muito apegado ao pai: “Eu quero que o Bernardo entenda diariamente o quanto ele foi amado pelo pai e isso está se materializando numa caixa de lembranças, nela tem camisa do Flamengo, matérias em jornais internacionais, fotos dele com o pai e no fim isso servirá para ele entender o quanto Cadu era uma pessoa maneira, bacana e que fazia muito pelos outros”, diz Gabriela.
Por ser um dos idealizadores da ONG Maré Vive, na comunidade da Maré no Rio e trabalhar para o programa Greg News, produzido pelo Portas dos Fundos, Cadu era uma pessoa conhecida e querida. O que a família não imaginava era o quanto ele era amado:
“Vimos que ele era uma pessoa muito querida em vida, mas acho que nem ele fazia ideia do quanto, ver essas homenagens acalenta um pouco o coração, dar uma aliviada”, diz Gabriela que entre as inúmeras homenagens póstumas que o marido recebeu, está um grafite na entrada da Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré.
Antes do ocorrido, o cineasta dirigiu o episódio ” Deixa voar” do longa “Cinco Vezes Favela – Agora por nós mesmos” de 2010, também assinou a direção da série “Mais X favela”, lançado em 2011 e trabalhos realizados em âmbito internacional. Gabriela contou que está colhendo esses trabalhos para mostrar ao filho.
A Gabriela contou ter conhecido conhecido Cadu trabalhando e que houve uma troca: ” A gente se conheceu no trabalho e logo já houve uma grande troca, o Cadu sabia entrar e sair de qualquer espaço e no fim parece que essa união foi para ter o Bernardo, ele é a realização de um sonho e vai crescer sabendo disso, conta Gabriela.
Após um ano do ocorrido, a família ainda sem respostas concretas segue aguardando o encerramento do caso. O disque denúncia segue abriu um cartaz pedindo informações sobre o caso.
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