Em um país onde 56% da população é negra, segundo dados do IBGE, entender e desenvolver uma educação antirracista nas escolas, e também dentro de casa, é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Visando aprofundar o debate sobre a educação antirracista, o Movimento Black Money estimula a propagação desta educação racializada tendo em seu escopo de produtos, por exemplo, livros infantis de autores negros e brinquedos educativos afrorreferenciados.
Para Alan Soares, fundador do Movimento Black Money, é fundamental que crianças negras tenham acesso a estas literaturas e brinquedos desde cedo, dentro das escolas e também em casa: O dia das crianças torna-se um momento ideal para aquisição destes instrumentos para educação de nossas crianças negras “ O Mercado Black Money desenvolveu uma área especial para produtos infantis, pois acreditamos que é no seio familiar onde ela vai aprender a se orgulhar de sua origem, se amar e ter relações de afeto com crianças negras”, diz Alan Soares
De acordo com a lei 10.639, sancionada em 2003 é obrigatório o ensino da história do continente africano, da cultura negra no Brasil e seu papel na formação da sociedade nacional. Entretanto, após 18 anos da lei sancionada, nem sempre ela é cumprida.
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A relação da educação na formação de um indivíduo com seu futuro profissional é direta. E isso inclui a educação antirracista. Quando pensamos que menos de 10% de todos os alunos das 20 melhores escolas privadas do Brasil são negros, segundo um levantamento do Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa) da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), entedemos a importância da aplicação da lei 10.639 nas escolas.
“Partindo do pressuposto de que escolas privadas são empresas, você consegue se lembrar de instituições de ensino que tenham programas de recrutamento e seleção com recorte racial? Pois é, se um dos primeiros passos para tornar uma empresa diversa e inclusiva não estiver sendo executado, isso por si só já é um ponto de atenção bastante importante“, analisa Talita Peixoto, Fundadora do Clubinho Preto
A escola é um dos espaços mais determinantes de formação de uma criança. É um dos espaços onde ela cria laços afetivos, convive com a diversidade e aprende. Debater sobre o racismo em casa, na sala de aula e cobrar o ensino da Lei 10.639 na sala de aula significa alinhar o discurso e a prática, pontos fundamentais para que a criança receba exemplos coerentes que contribua para sua formação social e seu futuro profissional.
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