A vereadora Benny Briolly (PSOL), primeira vereadora transsexual eleita na cidade de Niterói, anunciou na noite desta quinta-feira (13) que precisou sair do país devido a ameaças que tem recebido. Em comunicado divulgado nas redes sociais da vereadora, a equipe da parlamentar detalha alguns desses ataques: “como, por exemplo, um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo; caso contrário iriam até sua casa matá-la”. Além disso, Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que “a metralhadora do Ronnie Lessa” a atingisse. A publicação ainda explicita que, paralelo aos ataques, ocorreram “uma série de incidentes de segurança” o que agravou a situação.
Benny é vereadora pelo PSOL e foi eleita com 4.458 votos, sendo a quinta mais votada na cidade de Niterói e a mulher que mais recebeu votos no município, nas eleições de 2020. “Não é de hoje que parlamentares negras, travestis, mulheres, LGBTQIA + e defensoras dos direitos humanos sofrem com a violência política dentro e fora dos espaços legislativos e de tomadas de decisões. Essa prática é fruto da estrutura patriarcal e racista que desumaniza nossos corpos e teme o avanço do nosso projeto político de transformação da sociedade”, diz outro trecho do comunicado.
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A vereadora Benny Briolly informou já ter comunicado as ameaças sofridas a diversas autoridades mas que não recebeu nenhuma medida efetiva como resposta. A executiva do Partido explicitou que, diante da situação e para assegurar a vida da parlamentar, precisou tirar a vereadora do país. “Foi a medida extrema que encontramos, e pudemos contar com o rápido apoio de diferentes esferas do partido, para mantê-la segura neste momento”, explica o comunicado do partido.
Benny segue acompanhando as sessões plenárias da Câmara Municipal de Niterói que estão sendo realizadas virtualmente devido a Pandemia da COVID-19. A equipe da parlamentar informou, ainda, que dá seguimento aos trabalhos da Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente que é presidida pela vereadora.
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