Trabalho doméstico que é composto, em sua maioria, por mulheres negras tem diminuição de oportunidades durante a pandemia
O trabalho doméstico remunerado diminuiu cerca de 23% no último semestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Os dados foram divulgados na última terça-feira (27) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) com base na Pesquisa Nacional Domiciliar Contínua (Pnad Contínua) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo evidencia o impacto da pandemia do novo coronavírus para as empregadas domésticas que, em sua maioria, são mulheres negras.
O levantamento revela que entre o quarto trimestre de 2019 e o de 2020, o número de ocupados no Brasil caiu de 94,5 milhões para 86,2 milhões. Essa realidade não foi diferente para o emprego doméstico: no mesmo período, houve uma queda no número de trabalhadores domésticos de 6,4 milhões para 4,9 milhões. Dentro das estatísticas dessa ocupação, as mulheres representam 92%. As mulheres negras são 65% desse total.
Ainda segundo a pesquisa, houve um aumento de trabalhadores domésticos remunerados na informalidade, ou seja, sem carteira de trabalho. No último trimestre de 2019, eram 73% e se tornaram 75% no mesmo período em 2020. Além disso, a contribuição previdenciária diminuiu de 37,5% para 35,6%.
Em relação ao rendimento médio mensal, a queda foi de R$ 924 para R$ 876. Todas as regiões tiveram essa diminuição, com exceção da região Norte onde ficou estável. Quem trabalha na informalidade ganha 40% a menos do que as empregadas domésticas formais. Em geral, as trabalhadoras negras recebem 15% a menos apesar de terem uma jornada de trabalho semanal equivalente a 52 horas, em média.
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