A juventude negra brasileira enfrenta uma disparidade no acesso e no cuidado com a própria saúde mental. É o que revela a pesquisa Check-up de Bem-Estar 2025, conduzida pela Vidalink. O levantamento mostra que 42% dos jovens pretos e pardos da Geração Z (18 a 28 anos) afirmam não fazer nada para cuidar da saúde mental. A terceira edição analisou as respostas de 11.600 colaboradores de 250 companhias de diversos mercados e indústrias de grande porte, com mais de 300 colaboradores.
Entre os jovens brancos da mesma faixa etária, 29% não têm nenhum tipo de cuidado com o bem-estar emocional, uma diferença de 13 pontos percentuais.
Nos dados gerais da população trabalhadora, o cenário se repete: 36% das pessoas negras dizem não fazer nada para cuidar da saúde mental, enquanto entre os brancos o índice é de 24%.
As mulheres negras aparecem entre as mais vulneráveis: 35% afirmam não realizar nenhum tipo de cuidado, contra 22% das mulheres brancas. Entre os homens, 36% dos pretos e pardos não cuidam da saúde mental, frente a 27% dos brancos.

Menor satisfação física e maior sobrecarga
As desigualdades também aparecem na percepção de saúde física: apenas 27% das pessoas pretas e pardas estão satisfeitas com sua saúde física em geral, contra 35% entre os brancos.
A diferença de condições de vida se reflete ainda na rotina. Entre jovens da Geração Z, 23% dos pretos e pardos relatam dupla jornada entre casa e trabalho, percentual superior aos 16% dos brancos. Entre os que conciliam estudo e trabalho, 31% são brancos, enquanto 26% são pretos ou pardos.
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Entre as mulheres negras, a sobrecarga é ainda maior, 26% conciliam trabalho e tarefas domésticas, frente a 19% das brancas. Entre os homens, 19% dos pretos e pardos vivem essa realidade, contra 10% dos brancos.
O levantamento aponta ainda que a disparidade racial também afeta o descanso e a recuperação física. Pessoas pretas e pardas (30%) estão mais insatisfeitas com a qualidade do sono do que as brancas (25%).
A diferença é ainda mais acentuada entre as mulheres negras, grupo em que 35% relatam insatisfação com o sono, contra 25% das mulheres brancas.
Entre os jovens da Geração Z, o padrão se repete: 35% dos pretos e pardos declaram estar insatisfeitos com o sono, frente a 27% dos brancos.
Nas mulheres jovens, a desigualdade atinge seu pico: 37% das pretas e pardas estão insatisfeitas com o sono, comparadas a 25% das brancas.










