A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso e a venda de próteses de mama e de glúteo fabricadas na China pela empresa Shanghai Dong Yue Medical Health Product Co. A decisão, segundo apuração do Metrópoles, também vale para a importadora brasileira responsável pela entrada dos produtos no país, a Parts Import Comércio.
De acordo com as informações divulgadas, foram encontradas 47 irregularidades graves nesses implantes, que podem colocar a saúde dos pacientes em risco. Por isso, a Anvisa determinou que os produtos sejam recolhidos do mercado e que nenhuma cirurgia com essas próteses seja realizada. A proibição inclui não só a venda, mas também a propaganda, o transporte e qualquer novo envio desses produtos ao Brasil.

Essa não é a primeira vez que a Anvisa toma uma medida parecida. Em 2022, a agência já havia proibido o uso de próteses de silicone fabricadas por outra empresa chinesa, a Guangzhou Wanhe, também por problemas graves na fabricação e por não seguir as regras de segurança.
Nesses casos, a recomendação é que quem já fez cirurgia com essas próteses continue sendo acompanhado por um médico. Sintomas como dor, inchaço, deformação ou endurecimento devem ser avaliados com urgência. Já as clínicas e profissionais de saúde que ainda têm essas próteses em estoque devem separar e não usar os produtos.
A Anvisa também ressalta que o objetivo das medidas sanitárias, é reduzir possíveis riscos à saúde das usuárias, assegurando que apenas produtos que atendam às normas técnicas e de qualidade sejam utilizados no país.
Números nacionais
No Brasil, as próteses de mama e de glúteo estão entre os procedimentos estéticos mais procurados, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o país liderou o ranking mundial em gluteoplastias, passando de cerca de 175 mil cirurgias em 2023 para aproximadamente 199 mil em 2024, representando um crescimento de 13,5 %. Já em reconstruções mamárias após mastectomia realizadas pelo SUS entre 2015 e 2020, foram aplicados implantes em cerca de 17.927 casos, correspondendo a cerca de 10,4 % do total de 171.900 procedimentos reconstrutivos nesse período.
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