Mesmo com a premiação póstuma de Chadwick Boseman como melhor ator pelo filme A Voz Suprema do Blues, alguns artistas famosos manifestaram repúdio contra a A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA – em inglês) pela falta de diversidade e representatividade negra na premiação deste ano e exigem mudanças nos quadros e na política da HFPA.
Na última quinta-feira (25), a HFPA emitiu uma nota em que haveria mudanças, inclusive para preservar o contrato de U$ 60 milhões com a rede NBC. “Estamos totalmente comprometidos em garantir que nossa associação reflita as comunidades em todo o mundo que amam o cinema, a TV e os artistas que os inspiram e educam. Entendemos que nós precisamos trazer membros negros, bem como membros de outras origens sub-representadas, e vamos trabalhar imediatamente para implementar um plano de ação para atingir esses objetivos o mais rápido possível”, afirma o texto, mas, mesmo com o discurso, a prática da entidade foi diferente.
A organização Time’s Up, surgida após denúncias de assédio em Hollywood, tomou frente nos protestos e apontou a falta de membros negros na edição 2021 do Globo de outro. Para potencializar o alcance dos protestos, a Time’s Up lançou a #TIMESUPGlobes que foi compartilhada por milhares de pessoas.
Reações
A cineasta Gina Prince-Bythewood, responsável pelo filme The Old Guard, escreveu em seu Instagram: “Sem desculpas (não há nenhuma). Sem desculpas (não acreditamos em você). Sem gestos vazios (correções cosméticas não são suficientes). Mude o jogo. #Timesupglobes #timesupnow”.
A atriz Viola Davis, protagonista do filme A Voz Suprema do Blues, também fez coro às possíveis mudanças que não apareceram. “A jornada de um artista negro está repleta de obstáculos para que possa criar, desenvolver e ser reconhecido por seu trabalho. Se continuarmos em silêncio, a geração mais jovem de artistas terá exatamente a mesma carga para carregar. Sem mais desculpas. #TIMESUPGlobes”.
Sterling K. Brown, primeiro negro a receber o Globo de Ouro como melhor ator de série dramática, pela atuação em “This Is Us”, em 2018, foi um dos que mais discorreu sobre o assunto. Na publicação, ele ressalta que ser nomeado para o Globo de Ouro é uma honra e ganhar é um sonho realizado.
“Pode afetar a trajetória de uma carreira… e certamente afetou a minha. Eu vou apresentar o prêmio na televisão neste fim de semana para homenagear todos os contadores de histórias, principalmente os negros, que alcançaram esse momento extraordinário em seus carreiras… E tenho minhas críticas sobre as 87 pessoas da HFPA que têm esse poder tremendo. O fato de qualquer órgão responsável por uma premiação atual de Hollywood ter essa falta de representatividade, ilustra um nível de irresponsabilidade que não deve ser ignorado. Com o poder que você tem, HFPA, você tem a responsabilidade de garantir que sua constituição reflita totalmente o mundo em que vivemos. Quando você tem essa consciência, você deve fazer melhor. E ter uma multidão de apresentadores negros não te absolve de sua falta de diversidade. Este é o seu momento de fazer a coisa certa. É minha esperança que você faça. #timesupglobes”, escreveu.
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