Tarifaço de Trump pressiona famílias periféricas no Brasil, apontam especialistas

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Medida dos EUA pode agravar a desigualdade e o custo de vida, atingindo em cheio as famílias negras e periféricas brasileiras.

A nova taxação dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, chamada de “tarifaço”, que entra em vigor em 1º de agosto com uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, deve encarecer alimentos no Brasil, gerar demissões e dificultar o acesso ao crédito. O impacto será ainda mais severo para famílias negras, periféricas e trabalhadores que já enfrentam inflação e desigualdade, é o que apontam especialistas em mercado financeiro.

Apesar de uma redução temporária nos preços de alimentos, como carnes, café e suco de laranja, decorrente da queda nas exportações, especialistas afirmam que esse alívio é breve, já que os produtores buscarão novos mercados. O aumento de custos inclui também insumos importados, afetando setores de tecnologia, farmacêutica e produtos químicos. O descompasso com a inflação, que já acumula mais de 5,3% nos últimos 12 meses, aumentará ainda mais a pressão sobre o custo de vida.

Medida dos EUA pode agravar a desigualdade e o custo de vida, atingindo em cheio as famílias negras e periféricas brasileiras – Foto: Brasil com S

Com a queda no consumo prevista, o cenário é de desaceleração econômica, o que pode resultar em demissões especialmente em setores voltados à exportação. O crédito também deve ficar mais caro e inacessível, já que a desvalorização do real frente ao dólar, causada pela queda nas exportações, tende a pressionar a inflação, levando o Banco Central a manter juros elevados, atualmente em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006.

“Pode haver pressão inflacionária em setores como o de componentes eletrônicos e tudo o que envolve tecnologia. Essa situação influencia a indústria automotiva e o agronegócio”, afirma Elias Menegale, advogado tributarista, em entrevista ao UOL.

Ainda de acordo com especiaistas, além dos impactos imediatos no bolso dos consumidores, a taxação dos EUA também evidencia a fragilidade das relações comerciais do Brasil. Sem acordos de compensação ou alternativas sólidas de exportação, o país pode ver sua economia ainda mais vulnerável nos próximos meses. O cenário reforça a urgência de políticas públicas que protejam os mais afetados especialmente as famílias de baixa renda e os trabalhadores informais.

“Para o cotidiano do brasileiro, a desvalorização do real e a inflação significam combustíveis mais caros, pressão sobre alimentos, encarecimento de eletrônicos e crédito mais caro. Esses efeitos em cadeia podem reduzir o poder de compra e afetar o crescimento econômico”, analisa Eduardo Garay, CEO da TechFX, também em entrevista ao UOL.

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Rafaela Vitória

Rafaela Vitória

Rafaela Vitória é graduanda em Jornalismo, nascida no Maranhão, com atuação profissional em mídias sociais e audiovisual, e interesse em narrativas sobre raça e cinema.

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