“Como vamos defender a população negra e indígena se não temos orçamento?”, questiona Silvio Almeida em crítica à austeridade fiscal

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Em entrevista ao NP Notícias, conduzida pela jornalista Thaís Bernardes, o jurista e ex-ministro Silvio Almeida fez duras críticas às políticas de austeridade fiscal, afirmando que elas limitam o avanço social e alimentam a extrema direita. O programa foi ao ar na quarta-feira (30).

Confira a entrevista completa no nosso canal do Youtube: Notícia Preta, o jornal NP Notícias vai ao ar toda 4ª feira às 12h, com muita informação, entrevistas, debates e comentários.

“Nós temos que imediatamente acabar com a austeridade porque ela prejudica o povo brasileiro, limita o trabalho, a produção industrial e impede que o país alcance um patamar econômico compatível com as necessidades da população”, declarou. Almeida destacou que, sem orçamento, promessas progressistas se tornam inviáveis.

Em entrevista ao NP Notícias, conduzida pela jornalista Thaís Bernardes, o jurista e ex-ministro Silvio Almeida fez duras críticas às políticas de austeridade fiscal – Foto: Reprodução/Youtube.

Questionado sobre o novo arcabouço fiscal, Almeida foi enfático: “A austeridade é incompatível com um projeto que atenda às demandas do povo”. No entanto, ele reconheceu que a mudança exige mobilização política:

“Isso não se resolve com uma canetada. É preciso uma organização popular forte”, afirmou. O jurista criticou parte da esquerda por priorizar debates comportamentais em detrimento de pautas econômicas estruturantes: “Não estou dizendo que essas questões não são importantes, mas elas não podem ser as únicas. Precisamos discutir orçamento, industrialização e o papel do Estado”.

Sobre políticas afirmativas, como as cotas raciais, Almeida — que participou ativamente de sua implementação — defendeu uma abordagem mais ampla. “As cotas foram transformadoras, mas precisamos vinculá-las a um projeto de expansão do ensino público, formação tecnológica e desenvolvimento industrial”, explicou. Ele alertou para o risco de dependência de financiamento internacional: “Não podemos ficar reféns de lobbies. Precisamos de um projeto nacional que enfrente nossas mazelas”.

Pressão interna pela privatização de presídios

Ao abordar a privatização do sistema prisional, tema que enfrentou como ministro, Almeida reafirmou sua posição contrária. “A privatização de presídios é incompatível com a Constituição e um erro sociológico, pois abre espaço para o crime organizado”, disse. Ele revelou pressões dentro do governo: “Havia setores que viam nisso uma ‘solução’, mas minha posição foi clara: o Estado não pode abrir mão desse controle”.

Thaís Bernardes questionou como conciliar as demandas sociais com as restrições orçamentárias. Almeida respondeu com um chamado à organização popular: “Qualquer governo progressista precisa ajudar o povo a se mobilizar, pois a disputa não se dá apenas no campo institucional”. Ele encerrou com um alerta:

“Enquanto a esquerda se perde em debates fragmentados, a austeridade segue minando nossas possibilidades de mudança real”.

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Thayan Mina

Thayan Mina

Thayan Mina, graduando em jornalismo pela UERJ, é músico e sambista.

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