Dia do Repórter: “Profissionais como os do Notícia Preta seguem descolonizando o nosso imaginário coletivo”, diz jornalista Alinne Prado

Imagem-do-WhatsApp-de-2025-02-14-as-16.39.55_3a68a6e7-1.jpg

No Dia Nacional do Repórter, comemorado neste domingo (16), o Notícia Preta conversou com a jornalista e apresentadora Alinne Prado, sobre a importância da profissão durante momentos de disseminação de fake news, e do impacto do trabalho de profissionais negros para a comunidade, principalmente em veículos independentes.

Profissionais independentes como os do Notícia Preta seguem descolonizando o nosso imaginário coletivo, trazendo letramento, lucidez, diálogos que mexem nas podres raizes e semeiam uma nova forma de pensar. Estes sim são revolucionários“, diz Alinne que possui mais de 20 anos de experiência.

A jornalista Alinne Prado tem mais de 20 anos de experiência /Foto: Divulgação

Segundo ela, esses profissionais “são revolucionários” e “vão agindo pelas vias não tradicionais” para levar informação. “Com coragem e autonomia nutrem o povo de informação de qualidade. Vão para além da retórica comercial – eles tem compromisso em mudar o “status quo” é este estado que embala apenas uma pequena parcela da população, enquanto pisa em outra“, aponta.

Alinne já passou por grandes emissoras como a Globo, Rede TV, Record, e TV Brasil/EBC, e aponta que atualmente a profissão passa por um momento complicado, e os profissionais também, e como o trabalho do jornalismo em época de fake news, é fundamental.

Não vivi a época da ditadura militar, mas nestas mais de duas décadas que atuo como jornalista, vejo como o período mais difícil para exercer a profissão. Com a disseminação em massa de informações falsas, o jornalismo tem a responsabilidade de produzir notícias confiáveis, verificadas e contextualizadas para o público“, explica a jornalista, que ainda aponta as perseguições que os profissionais sofrem ao tentarem acabar com as notícias falsas.

Já tive tantos colegas de profissão sofrendo linchamento virtual e até mesmo ameaças de morte por combater a desinformação“, desabafa a jornalista, que também aponta o trabalho de jornalistas negros em veículos de massa mais tradicionais.

Leia também: A moda como expressão, resistência e identidade negra é tema de aula gratuita na Escola de Comunicação Antirracista

Eles são mensageiros da esperança. A simples existência de profissionais negros nestes espaços comunica a grande massa que é possível! É possível estudar, trabalhar e conseguir. Claro que ainda estamos avançando para termos mais negros em posição de destaque da TV. Precisamos ter mais negros tomadores de decisão, diretores, roteiristas e especialmente executivos de comunicação“, analisa.

Diante de todas essas situações, a jornalista destaca que para seguir na profissão nos dias atuais, de maneira geral, é preciso ser “elástico, versátil e resiliente” para exercê-la com seriedade.

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Formada em Jornalismo em 2021, atualmente trabalha como Editora no jornal Notícia Preta, onde começou como colaboradora voluntária em 2022. Carioca da gema, criada no interior do Rio, acredita em uma comunicação acessível e antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top