No Dia Nacional do Repórter, comemorado neste domingo (16), o Notícia Preta conversou com a jornalista e apresentadora Alinne Prado, sobre a importância da profissão durante momentos de disseminação de fake news, e do impacto do trabalho de profissionais negros para a comunidade, principalmente em veículos independentes.
“Profissionais independentes como os do Notícia Preta seguem descolonizando o nosso imaginário coletivo, trazendo letramento, lucidez, diálogos que mexem nas podres raizes e semeiam uma nova forma de pensar. Estes sim são revolucionários“, diz Alinne que possui mais de 20 anos de experiência.
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Segundo ela, esses profissionais “são revolucionários” e “vão agindo pelas vias não tradicionais” para levar informação. “Com coragem e autonomia nutrem o povo de informação de qualidade. Vão para além da retórica comercial – eles tem compromisso em mudar o “status quo” é este estado que embala apenas uma pequena parcela da população, enquanto pisa em outra“, aponta.
Alinne já passou por grandes emissoras como a Globo, Rede TV, Record, e TV Brasil/EBC, e aponta que atualmente a profissão passa por um momento complicado, e os profissionais também, e como o trabalho do jornalismo em época de fake news, é fundamental.
“Não vivi a época da ditadura militar, mas nestas mais de duas décadas que atuo como jornalista, vejo como o período mais difícil para exercer a profissão. Com a disseminação em massa de informações falsas, o jornalismo tem a responsabilidade de produzir notícias confiáveis, verificadas e contextualizadas para o público“, explica a jornalista, que ainda aponta as perseguições que os profissionais sofrem ao tentarem acabar com as notícias falsas.
“Já tive tantos colegas de profissão sofrendo linchamento virtual e até mesmo ameaças de morte por combater a desinformação“, desabafa a jornalista, que também aponta o trabalho de jornalistas negros em veículos de massa mais tradicionais.
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“Eles são mensageiros da esperança. A simples existência de profissionais negros nestes espaços comunica a grande massa que é possível! É possível estudar, trabalhar e conseguir. Claro que ainda estamos avançando para termos mais negros em posição de destaque da TV. Precisamos ter mais negros tomadores de decisão, diretores, roteiristas e especialmente executivos de comunicação“, analisa.
Diante de todas essas situações, a jornalista destaca que para seguir na profissão nos dias atuais, de maneira geral, é preciso ser “elástico, versátil e resiliente” para exercê-la com seriedade.