No mercado competitivo de Relações Públicas (RP), Anderson Oliveria vem se destacando. Ao longo de sua trajetória, o profissional enfrentou barreiras de acesso e a necessidade constante de provar sua competência. Atualmente Anderson está à frente de um dos principais camarotes do carnaval carioca na Sapucaí, o Folia Tropical.
“Minha trajetória em Relações Públicas foi marcada por desafios e aprendizados constantes. Como profissional negro, desde o início percebi a importância de me posicionar estrategicamente e construir um networking sólido para abrir portas. Enfrentei barreiras estruturais, desde a falta de referências negras no mercado até a necessidade de provar minha competência em dobro”, conta ele e entrevista ao Notícia Preta.
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Uma das iniciativas que buscam transformar esse cenário é a recente parceria do Folia Tropical, um dos camarotes mais tradicionais do Carnaval do Rio de Janeiro, com a proposta de promover um ambiente mais diverso e autêntico.
“Garantir que a diversidade brilhe no camarote em 2025, significa permitir que todos vivam a potência da nossa cultura em sua totalidade – na interação entre público, artistas e equipe, nas histórias que se cruzam e nas narrativas que se fortalecem. Afinal, luxo de verdade é um ambiente onde a cultura preta é reconhecida, valorizada e celebrada como merece”, declara o RP.
Para Anderson, a representatividade em cargos de decisão é essencial para que a indústria de comunicação e eventos no Brasil reflita, de fato, a pluralidade do país.
“Relações Públicas não é apenas sobre comunicação, mas sobre estratégia e construção de imagem. Quando temos profissionais negros ocupando esses espaços, conseguimos quebrar estereótipos e garantir que a diversidade não seja apenas um discurso, mas uma prática efetiva“, afirma.
Os desafios, no entanto, ainda são muitos. A área de RP, especialmente em grandes eventos e no mercado de luxo, continua sendo majoritariamente branca, tornando o acesso a oportunidades mais restrito para profissionais negros.
“Muitas empresas ainda enxergam a diversidade como um tema periférico, e não como uma necessidade estrutural. Isso significa que, muitas vezes, somos chamados para ‘resolver’ questões de diversidade, mas sem o devido suporte ou autonomia para implementar mudanças reais”, destaca.
Mesmo com os desafios, avanços são perceptíveis. A nova geração de profissionais negros tem conseguido ocupar mais espaços estratégicos no mercado de comunicação, impulsionada por redes de apoio, coletivos e iniciativas voltadas para a valorização da diversidade.
“Hoje, temos profissionais mais conectados, articulados e conscientes da importância da ocupação de espaços estratégicos. Mas ainda precisamos de mais lideranças negras em cargos de decisão e menos barreiras invisíveis que impedem a ascensão profissional“, enfatiza.
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