Candidatos brancos têm o dobro de chances de serem eleitos vereadores, segundo levantamento

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A disparidade entre candidatos brancos e negros pode ser comprovada a partir da análise dos resultados das eleições de 2016 nas 26 capitais brasileiras, segundo um levantamento publicado no jornal O Globo. Candidatos brancos têm o dobro de chances de serem eleitos vereadores, em comparação com seus concorrentes negros. Dos brancos que entraram na corrida eleitoral há 4 anos, 6,4% conquistaram vagas nas câmaras municipais — o índice cai para 3,2% entre negros, sendo 3,5% entre pardos e 2,1% entre pretos.

Quanto maior a cidade em número de habitantes, maior a diferença. Em São Paulo, a cidade mais populosa do Brasil, 5,4% dos candidatos brancos se elegeram, enquanto apenas 3,3% de pardos e 1,3% de pretos venceram. No Rio, os números são de 4,5% entre brancos, 2,5% entre pardos e 1,2% entre pretos. Apenas em Boa Vista (RR), a porcentagem de pretos eleitos em relação ao total de candidatos dessa cor (8,7%) é maior que a de brancos (6,8%). A explicação é o baixo número de candidatos — 23 para dois eleitos.

NO dia 10 de setembro, o Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a divisão proporcional de recursos e propaganda eleitoral entre candidatos negros e branco passe a valer já nas eleições deste ano. Segundo Lewandowski, as políticas públicas tendem a incentivar candidaturas de pessoas negras prestam homenagens aos valores constitucionais da cidadania e da dignidade humana.

Os parlamentos municipais, em sua maioria, são formados por brancos. Do total de 811 vereadores eleitos em todas as capitais brasileiras em 2016, apenas 49 são pretos (6%) e 275 são pardos (33,9%). Já os brancos conquistaram 479 cadeiras, 59% do total.

Três capitais do Brasil não elegeram nenhum candidato preto: Rio Branco (AC), Palmas (TO) e Macapá (AP). Em Belo Horizonte (BH) dos 223 candidatos pretos apenas um foi eleito.

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