Menino foi assassinado no último final de semana com tiro na nuca enquanto estava com amigos
Por Victória Henrique
No último sábado (19), o adolescente Josué Nogueira foi vítima de um tiro na nuca, disparado por um agente penitenciário, em Montes Claros (MG). De acordo com a mãe de Josué, Ronilda Teixeira, a versão apresentada pelo advogado do agente é que “se fala em pedras e garrafas arremessadas contra a casa dele”, mas é contestada pela família. Nesta segunda-feira (20), o policial foi solto, depois da declaração do seu advogado, Warlen Freire Barbosa, que alega que seu cliente teria “agido em legítima defesa”.
Entenda o caso
Ainda segundo Ronilda, o filho foi à casa de uma amiga, que fica próxima à residência do agente. Ainda perto do local, Josué Nogueira se juntou com um grupo de amigos que foi acusado pelo agente de estar fazendo muito barulho.
De acordo com o depoimento dado pela mãe de Josué, o servidor público ameaçou os garotos com a arma, ao mesmo tempo que mandava fazerem silêncio. Ainda segundo Ronilda, o grupo se dispersava enquanto o policial corria em direção aos meninos e Josué voltou para pegar a sandália que teria perdido na confusão. No momento que retornou, levou um tiro na nuca. “Foi à queima roupa”, afirmou a mãe.
Histórico do agente
A família de Josué, que já conhecia o agente, conta que ele tinha comportamentos violentos e utilizava o fato de portar uma arma para realizar ameaças. Em algumas situações, já teria atirado em placas, principalmente alcoolizado, declara a mãe de Josué, que pensou em suicídio após morte do filho.
Comentários Racistas
Ellen Teixeira, a tia do menor, comentou ter se deparado com comentários racistas após a morte do sobrinho e afirmou que se fosse uma pessoa branca não teria acontecido o mesmo. Imagens dos comentários publicados pelo portal G1 demonstram ataques como “Quem procura acha” e “Com certeza não estava indo para escola ou igreja essa hora da madrugada”.
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