A pesquisa “O custo salarial da desigualdade racial” divulgado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) mostra as consequências salariais da desigualdade racial no Brasil. A análise mostra que em 2024, se os trabalhadores negros tivessem salários e taxas de emprego semelhantes aos dos trabalhadores brancos, eles teriam ganhado aproximadamente R$103 bilhões de reais a mais, com R$14 bilhões atribuíveis diretamente à discriminação no mercado de trabalho.
O estudo de autoria de Alysson Portella, Michael França e Rodrigo Carvalho considera o período de ganhos salariais referentes ao 2º trimestre de 2024, e argumenta que caso os homens negros tivessem o mesmo salário e nível de empregabilidade dos homens brancos, a massa salarial deste grupo seria R$61,67 bilhões a mais.
Já para as mulheres negras, essa diferença seria de aproximadamente R$41 bilhões. Juntando as perdas dos homens e das mulheres, a massa salarial dos trabalhadores negros poderia ter sido R$102,63 bilhões maior do que foi registrado no 2º trimestre de 2024. Esse é o volume salarial perdido devido as desigualdades raciais de acordo com o estudo.
Considerando a soma dos efeitos da discriminação de homens e mulheres, no emprego e nos salários, o o total que os trabalhadores negros deixam de receber em relação aos brancos com características similares é de R$14 bilhões em 2024.
Os homens brancos foram o grupo com o maior montante de massa salarial, totalizando cerca de R$ 100 bilhões em 2024. Eles foram seguidos pelos homens negros, com uma massa salarial de R$77bilhões e mulheres brancas, com massa de R$63 bilhões. A massa salarial das mulheres negras foi de R$44 bilhões no período.
A média salarial dos homens negros é de R$2.858,00, já a das mulheres brancas é de R$3.813,00. Mesmo com a média salarial quase mil reais menor que a das mulheres brancas, os homens negros são maioria no mercado de trabalho e isso faz com que a massa de salário dos homens negros seja maior que das mulheres.
Leia mais notícias aqui: Pessoas negras são as que mais morrem por consumo de álcool no Brasil, diz pesquisa