Fernanda Faria é uma jovem criada na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, que, em meio a sonhos e dificuldades, resolveu criar o Coletivo Semeando Arte, que trabalha as linguagens das artes, potencializa as crianças do seu lugar de origem colocando a criança como protagonista da sua história.Segundo ela, o coletivo tem por objetivo potencializar e empoderar as linguagens artísticas. Já o canal Fernanda Faria conta histórias no YouTube, é um espaço para partilhar um universo literário, priorizando a contação de histórias em inspiração griô, literatura indígena e preta, com o intuito de descolonizar o universo literário e valorizar as múltiplas literatura para uma Educação e mundo antirracista.
Fernanda é professora em duas escolas particulares da cidade e desde muito cedo percebeu que precisava ser a professora preta que ela não teve na infância. Descobriu que a literatura é uma grande ferramenta de potencialização e de representatividade para crianças pretas e para as não pretas.
Além do coletivo, a jovem também escreve suas próprias histórias e divide em suas redes sociais. Em “Sorriso de Brenda”, Fernanda conta a trajetória de uma menina alegre, que deixa de sorrir por receber apelidos maldosos por conta de sua gengiva e seus lábios escuros. “É uma história muito significativa para mim porque ela trata a vivência da minha prima Brenda. Comecei a perceber o quanto nós somos ensinados a odiar o nosso corpo de todas as formas”, reflete Fernanda.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, Fernanda precisou suspender as atividades do coletivo. Enquanto isso, a jovem utiliza seu canal no Youtube para compartilhar histórias e refletir sobre os desafios de levar a cultura negra para a sala de aula. “Infelizmente, nossa história de luta, ancestralidade e coragem não é levada para a sala de aula. Parte da gente compartilhar essas histórias”, afirma a professora.
O Coletivo Semeando Arte é um projeto que busca recuperar a autoestima dessas crianças que sofrem com o estereótipo de crianças violentas, com o abandono do estado e a tentativa constante de apagamento de sua ancestralidade. “É por isso que estou me movimentando. A criança não precisa ter vergonha de onde mora, que onde ela mora não é símbolo de violência local. Ela precisa se fortalecer. Ali existe um lugar, existe vida e a gente precisa falar sobre essas comunidades”, conta. Fernanda aguarda o fim da pandemia para voltar com o coletivo e traça estratégias para reiniciar o seu trabalho junto às crianças.
Boa tarde, gostaríamos de esclarecer alguns pontos nessa matéria sobre as atividades e a fundação do Coletivo que estão incorretos. Tentamos contato por outros meios mas não obtivemos sucesso. Estamos a disposição. 🙂
Boa tarde. Acabei de entrar em contato com a Fernanda para resolvermos essa situação. De toda forma, estamos disponíveis para ouvi-las. Abraços