Em 2023, os registros de casos de racismo no Brasil aumentaram 127%. A informação consta no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado nesta quinta-feira (18). No último ano, foram 11.610 boletins de ocorrência de casos de racismo, um aumento significativo se comparado com os 5.100 boletins de 2022.
O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de casos. Foram 2.857, e com uma taxa de 23,2 casos por 100 mil habitantes, liderando também sob essa análise. Os estados de São Paulo e Paraná também estão entre os os locais com os maiores números de registros de crimes raciais.
Neste, que é o 18º relatório, foi a primeira vez que o Fórum conseguiu dados de todas as unidades federativas sobre o tema. Os registros de lesão racial também aumentaram. Foram 13.897 em 2023, ou seja, 13,5% a mais que os 12.237 de 2022.
O aumento de casos de crimes raciais acontece no mesmo ano em que o presidente Lula sancionou a Lei 14.532/2023, de janeiro, que equipara injúria racial ao crime de racismo. Nessa situação casos de injúria racial, que configura quando a agressão é direcionada a um indivíduo, é equiparada ao crime de racismo, quando a ofensa é dirigida ao coletivo.
Recentemente, um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apontou um aumento também de injúria racial no Brasil. Um aumento de 610% em 2023, ao comparar com 2020. A Bahia, que possui a maior proporção de negros entre todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, é responsável por cerca de 8 de cada 10 processos novos nesse período.
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