Justiça absolve youtuber Julio Cocielo de acusações de racismo

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A 1ª Vara Federal de Osasco (SP), absolveu o influenciador digital Julio Cocielo, da acusação de incitação ao racismo. O youtuber foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2020, por conta de uma série de publicações em seu perfil no X (antigo Twitter), de cunho racista, como: “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia, hein”.

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Essa foi uma das publicações feitas por Cocielo referente ao atacante francês Kylian Mbappé, durante a Copa de 2018, e que o levou a virar réu. Na decisão, o juiz Rodiner Roncada, apesar de considerar o ato “moralmente reprovável”, afirmou que: “Não há nada nos autos que denote que o acusado, cuja família é afrodescendente, tenha tido a intenção de fazer piada com o intuito deliberado de atingir a comunidade negra (da qual faz parte, inclusive)“.

Julio Cocielo foi absolvido pela Justiça em São Paulo, no processo que respondia por incitação ao racismo /Foto: Reprodução Redes Sociais

Além disso, o juiz também destacou que durante o interrogatório do réu, ele firmou “não ter agido com a intenção de ofender qualquer raça ou etnia, mas apenas imbuído do intento de ser engraçado, de
divertir a sua plateia, em seu “palco
“”, e por isso, não havia a intenção de incitar preconceito.

Desde o início do processo, os advogados do youtuber alegaram que ele é negro, e por isso não poderia ser considerado racista.

Outra postagem que o levou a se tornar réu foi uma realizada em 28 de dezembro de 2013, em que dizia: “o brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”. Além de mais uma feita em 02 de novembro de 2010, consta no processo, em que ele diz: “Porque o Kinder ovo é Preto por fora e Branco por dentro? …porque se ele fosse Preto por dentro o brinquedinho seria roubado, KKK maldade”.

Depois da polêmica e da perda de vários patrocínios, o youtuber apagou essas e mais outras publicações de suas redes sociais, e se desculpou na época, dizendo que estava envergonhado e arrependido pelo gênero das piadas.

Leia também: Ministério Público pede condenação de Júlio Cocielo por racismo

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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