Caso sancionada a lei permitirá que os imigrantes possam ser forçados pelo governo a ir para Ruanda, independente de origem ou vínculo com país
O Parlamento britânico aprovou um projeto de lei que permite o envio forçado de imigrantes que pediram asilo em um dos países do Reino Unido para Ruanda, na África, independente se tem origem no país afrciano ou não. O texto tramitou na Câmara dos Comuns e na Câmara dos Lordes e foi aprovado na última segunda-feira (22). Para virar lei, o projeto precisa ser assinado pelo rei Charles III.
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Os países que compõe o Reino Unido são Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. O primeiro-ministro, Rishi Sunak, é filho de imigrantes indianos que migraram da África para a Inglaterra. De acordo com o G1, o primeiro-ministro afirmou que o plano é começar a enviar pessoas para Ruanda daqui a 10 ou 12 semanas.
O governo de Ruanda receberá 370 milhões de libras, cerca de R$2,3 bilhões, durante cinco anos para receber os imigrantes. O governo julgará se a pessoa está apta a ser aceitas como refugiadas. Caso seja, aceito serão refugiadas em Ruanda.
A intensificação de guerras e eventos políticos dos últimos anos fez com que o número de imigrantes em direção a Europa tenha aumentado. A Associated Press mostrou que em 2018 chegaram 299 barcos no Reino Unido, em 2022 chegaram 45.774 e em 2023 chegaram 29.437 barcos.
O projeto enfrenta resistência de setores da comunidade britânica e internacional. A diretora do grupo Liberdade contra a Tortura, Lucy Gregg, pediu que o governo “comece a tratar os refugiados de forma decente e pare de tentar enviá-los para longe em um futuro incerto em Ruanda”.
Além disso o projeto também enfrenta entrave judicial. No ano passado a justiça decidiu que tal medida era ilegal. Os chefes do Alto Comissariado da ONU para Refugiados e para Direitos Humanos pediram nesta terça-feira (23), que o Reino Unido reconsidere a decisã, e afirmou que não apoia o que chamaram de “terceirização” das obrigações de cada país de dar asilo a refugiados.
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