Estudantes indígenas e negros são os que menos finalizam o ensino fundamental na idade adequada, diz pesquisa

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Uma pesquisa realizada baseada em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e do Ministério da Educação (MEC), mostra que 48% dos estudantes brasileiros não concluíram o ensino fundamental na idade certa. Segundo o MEC o ideal é terminar até os 14 anos, e a maioria dos alunos não terminam nessa Idade são negros e indígenas.

De acordo com a pesquisa da Fundação Itaú, a taxa de estudantes indígenas que concluíram os estudos na idade adequada é de 23%, seguido pelos estudantes pretos e pardos, com 41% e 46%, respectivamente. Já entre os alunos brancos, a conclusão realizada na idade adequada é de 62%. Entre os motivos estão reprovação, abandono e evasão escolar.

Os dados buscam revelar a irregularidade na conclusão da educação básica que se manifesta expressivamente entre alunos indígenas, negros, pobres, do sexo masculino e com deficiência / Foto: Pexels

Assim também, a pesquisa mostrou que apenas 38% dos estudantes de escolas com nível socioeconômico (NSE) baixo concluíram o ensino fundamental de forma regular. Comparado às escolas com NSE alto, em que 70% tiveram êxito, a diferença é de mais de 30%.

Por fim, apenas 46% dos meninos têm esse percurso escolar de nove anos regular; já entre os estudantes com algum tipo de deficiência, 78 de 100 não concluem o ensino fundamental na idade correta.

A pesquisa analisou a população nascida nos anos de 2000 e 2005, que atualmente estão com 19 e 24 anos, até o intervalo de 2007 a 2019.

Do mesmo modo, o indicador definiu como trajetória regular aquela em que o ensino fundamental é concluído em até nove anos, e todo o percurso educacional é realizado em 12 anos, considerando os três anos do ensino médio.

Características das trajetórias escolares

Segundo a pesquisa, os estudantes que tiveram trajetórias escolares regulares são os que entraram e concluíram o ensino fundamental e o ensino médio na idade correta. 

Já os com pouca irregularidade apresentaram uma ou duas intercorrências. Os motivos apontados foram a entrada tardia na escola, repetência ou abandono, totalizando um ou dois anos de defasagem escolar.

Similarmente, aqueles com percursos muito irregulares apresentam três ou mais intercorrências, similares às anteriores, além de possuírem três ou mais anos de defasagem.

Leia também: Quase 10 milhões de jovens brasileiros não possuem ensino básico e estão fora da escola, aponta pesquisa

Fernanda Amordivino

Fernanda Amordivino

Estudante de jornalismo na UFRB e integrante do Coletivo Angela Davis - Grupo de Pesquisa Ativista sobre Gênero, Raça e Subalternidades. Possui experiência em radiojornalismo e assessoria de comunicação.

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