Na manhã desta segunda-feira (04) o cacique Merong Kamakã Mongoió, conhecido como líder da retomada Kamakã Mongoió em Casa Branca, Brumadinho (MG), foi encontrado morto. No boletim de ocorrência, o caso foi registrado como suicídio, mas, diante de suspeitas, o crime não foi encerrado e um inquérito foi aberto.
O cacique era um grande representante pela luta dos povos indígenas e atuava pela retomada das terras da aldeia na região. “A PCMG está em diálogo ininterrupto com a Polícia Federal a fim de elucidar os fatos”, informou o delegado de polícia João Victor Leite.
De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a perícia realizou os primeiros levantamentos que irão subsidiar a investigação. O corpo de Merong Kamakã passou pelo exame de necropsia no Instituto Médico-Legal em Betim, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte e, em seguida, foi liberado à comunidade indígena.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) emitiu uma nota de pesar e ressaltou a importância que ele teve na luta pelos direitos das populações indígenas em todo o Estado de Minas Gerais e em algumas mobilizações nacionais.
“O cacique estava à frente da Retomada Kamakã Mongoió no Vale do Córrego de Areias em Brumadinho, município da região metropolitana de Belo Horizonte. Além de liderar as ações em prol dos direitos de seu povo, Merong militava em defesa dos territórios de outras comunidades, como a Kaingáng, Xokleng e Guarani”, diz o comunicado.
Merong Kamacã, nasceu em Contagem (MG) e, durante a infância, foi morar na Bahia. Ele também era militante em defesa dos direitos dos povos indígenas. A deputada estadual Macaé Evaristo (PT) recebeu a notícia da morte com tristeza e reforçou que o caso precisa ser investigado.
“Sua mãe o encontrou desanimado e com sinais de enforcamento. É urgente uma investigação séria para apurar o caso”, sinalizou. “Minha solidariedade à família e aos amigos do Cacique Merong. Sua luta não será em vão”, escreveu ela na legenda de uma foto em seu perfil do Instagram.
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