Por Dr. Saulo Gonçalves – Nutricionista Clinico
A população LGBT sempre foi marginalizada em vários campos da sociedade, inclusive na área de saúde. Apesar de leis mais livres, o acesso aos serviços não estão livres de discriminação, nem no setor público nem no privado.
As considerações alimentares para a população trans não são apenas de natureza clínica, mas também de natureza psicossocial. Pesquisas existentes apontam para uma maior prevalência de desordem alimentar, comportamentos não saudáveis de controle de peso, percepção equivocada de peso e insatisfação corporal. A maior incidência e natureza multifatorial dos transtornos alimentares nessa população requer uma abordagem de tratamento colaborativo por uma equipe interdisciplinar de especialistas, incluindo nutricionista e psicólogo.
Acompanhamento nutricional
Um ponto importante deste acompanhamento relaciona-se à terapia hormonal masculinizante ou feminilizante, que podem ter efeitos colaterais específicos como ganho de peso, alterações na composição corporal, alteração no perfil lipídico, na massa óssea e no metabolismo. Antes disso o paciente precisa cuidar do corpo para receber essa terapia hormonal – A dieta anti inflamatória é um tipo de alimentação que combate e previne processos inflamatórios no organismo, o que pode reduzir o risco de desenvolver vários tipos de doenças, desde artrite, diabetes, Alzheimer, obesidade e, até câncer.
A promoção de discussões sobre diversidade sexual e de gênero em espaços de formação continuada e permanente é apontada como alternativa de superar esses obstáculos entre o serviço e a comunidade trans.
Profissionais que atendem a este grupo devem proporcionar um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Sensibilidade emocional, compreensão e aceitação são fundamentais não apenas para estabelecer relacionamento, mas também para obter conhecimento sobre onde o paciente pode estar em relação à aceitação do corpo e outros indicadores de saúde mental.
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