O levantamento 1º Informe epidemiológico sobre a situação de saúde da juventude brasileira: violências e acidentes. realizado pela Fiocruz, e publicado nesta segunda-feira (25), revela que 73% das vítimas de mortes de causas “externas”, ou não naturais, são jovens negros. Dentre essas mortes estão listadas as mortes causadas por violências, acidentes e confrontos armados.
O estudo usou as bases de dados do SUS e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 e 2023 e mostra ainda que homens jovens são os que mais morrem, mas as mulheres jovens são as principais vítimas de agressões no Brasil.

A taxa de mortalidade de jovens negros chega a 185,5 para cada 100 mil habitantes, que é 22% maior do que a taxa do conjunto da população jovem e mais do que 90% maior do que a taxa de mortalidade de jovens não negros.
Entre os jovens, de 15 a 19 anos, as taxas de mortalidade por causas não naturais para negros (161,8 óbitos para cada 100 mil habitantes) e indígenas (160,7) são praticamente o dobro das taxas para brancos (78,3) e amarelos (80,8).
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Também é relevante a violência contra jovens com deficiência. Os casos contra eles representaram 20,5% das notificações de violências registradas pelo SUS. Na população geral, as vítimas com deficiência representam 17,6% do total. Os tipos de deficiências mais vitimadas foram relacionados à saúde mental.
Homens entre 20 e 24 anos são os mais atingidos, com 390 óbitos para cada 100 mil habitantes. Porém, as maiores vítimas das violências notificadas pelo SUS são as mulheres, tanto em termos proporcionais quanto na taxa de incidência, em todas as Unidades da Federação (UFs), especialmente entre as mais jovens, de 15 a 19 anos.
O levantamento é o primeiro de um ciclo de informes epidemiológicos sobre a situação de saúde das juventudes que pesquisadores da Agenda Jovem Fiocruz (AJF) e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) planejam lançar em 2025.