60% dos rios da Mata Atlântica não têm água boa para consumo, aponta pesquisa

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Na última quinta-feira (21), a Fundação SOS Mata Atlântica (SOSMA) divulgou um estudo chamado “Observando os rios”, que mostra que 60% dos rios que fazem parte da bacia hidrográfica da Mata Atlântica, não têm água boa para consumo e uso. Foram realizadas 1.101 análises em 174 pontos de coletas, de 129 rios e cursos d’água, em cerca de 80 municípios de 16 estados do bioma.

Segundo as informações do relatório, houve uma pequena melhora de 2022 para 2023, porém, o quadro de locais com água péssima aumentou. Inclusive, 10 dos 16 estados presentes no estudo mostraram que não têm água boa. São Paulo (SP) foi o único estado que apresentou um resultado péssimo.

Três pontos de água péssima estão situados no rio Pinheiros, em SP. Mais dois pontos estão com água péssima, ambos no Rio Tietê, sendo um em Barueri e outro em Ribeirão dos Meninos, em São Caetano do Sul.

Conforme o SOS Mata Atlântica (SOSMA), 60% dos rios  que fazem parte da bacia hidrográfica da Mata Atlântica não têm água boa para consumo e uso /Foto: Tânia Rêgo – Agência Brasil

A pesquisa também ressalta que o quadro de alerta em relação aos rios da Mata Atlântica ainda persiste, evidenciando a constante fragilidade no controle ambiental da maioria dos rios monitorados que fazem parte do bioma. Em relação aos estados analisados, somente 6 apresentaram água considerada boa, o caso de Alagoas, (9,1%), Paraíba (40%), Rio Grande do Norte (20%), Rio Grande do Sul (12,5%), Sergipe (12,5%) e São Paulo, com (8,8%).

Conforme as análises, os demais estados só possuem águas, no máximo, consideradas regulares. Por exemplo, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Santa Catarina. O estudo enfatiza um ponto importante, nenhum dos 16 estados analisados apresentou água considerada ótima.

Percentual de Qualidade da Água

Conforme o SOSMA, os parâmetros do percentual de Qualidade da Água (IQA), foram escolhidos por especialistas e técnicos para avaliação das águas doces brutas, destinadas ao abastecimento público e aos chamados usos múltiplos. Desse modo, o trabalho constitui uma escala que varia entre:

  • Ótima: acima de 40,1;
  • Boa: entre 35,1 e 40;
  • Regular: entre 26,1 e 35;
  • Ruim: entre 20,1 e 26;
  • Péssima: abaixo de 20.

Para definir se a água é péssima, ruim, regular, boa ou ótima, os pesquisadores avaliaram indicadores físicos, químicos e biológicos. No estudo, a SOSMA enfatiza que os números que fazem parte do novo boletim do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica, refere-se aos oito primeiros meses de 2023.

Leia também: Boletim revela que desmatamento na Mata Atlântica caiu 59% em 2023

Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

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