Zimbábue, país ao Sul da África, se tornou o primeiro país do continente africano, e o terceiro do mundo, a aprovar o medicamento cabotegravir injetável de ação prolongada (CAB-LA) para a prevenção ao HIV. Recentemente, o cabotegravir foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Estados Unidos e Austrália já adotaram a medida e a OMS saudou a medida do Zimbábue.
As mortes relacionadas à Aids caíram de cerca de 130.000, em 2002, para pouco mais de 20.000, em 2021, segundo a plataforma de dados Knoema. Isso se dá devido ao esforço do país contra o vírus e a mobilização para fazer as taxas diminuírem no decorrer dos anos.
No ano passado, o Zimbábue lançou um plano estratégico para acabar com a Aids até 2030. Ele já atingiu uma meta conhecida como 90-90-90, onde: 90% das pessoas vivem com HIV sabendo seu status; 90% recebe tratamento antirretroviral; e 90% está com o vírus suprimido.
Apesar disso, o país enfrenta uma crise do sistema de saúde e, por esse motivo, nenhum integrante do Ministério da Saúde se pronunciou sobre o tema. Porém, a OMS disse, em comunicado, que a aprovação regulatória era um “passo crucial”, acrescentando que apoiaria o Zimbábue.
Nyasha Sithole, membro da rede Agenda de Desenvolvimento para Meninas e Mulheres na África (DAWA), disse que acelerar a prevenção do HIV para meninas e mulheres jovens requer uma expansão das opções disponíveis. “Estou animada e orgulhosa de saber que meu próprio país aprovou o uso do CAB-LA. Isso contribuirá para nosso leque de ferramentas de prevenção ao HIV que funcionam para nós como meninas e mulheres no Zimbábue”, comemora.
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Em julho deste ano, a Organização Mundial da Saúde recomendou o medicamento e pediu aos países que considerem essa opção de prevenção segura e altamente eficaz para pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV.
Segundo apontado na coletiva de imprensa na ocasião, o CAB-LA é uma forma de PrEP (profilaxia pré-exposição) injetável intramuscular de ação prolongada, com as primeiras 2 injeções administradas com 4 semanas de intervalo, seguidas por uma injeção a cada 8 semanas. O medicamento se mostrou seguro e altamente eficaz entre mulheres cisgênero, homens cisgênero que fazem sexo com homens e mulheres transgênero que fazem sexo com homens em 2 ensaios clínicos randomizados.
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