Nesta terça-feira (28), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) suspendeu a participação das vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton.
A ApexBrasil é um serviço social autônomo vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), que promove os produtos brasileiros no exterior.
“A ApexBrasil suspendeu a participação das três empresas em quaisquer iniciativas apoiadas pela agência, como feiras internacionais, missões comerciais e eventos promocionais, até que as investigações das autoridades competentes sejam concluídas”, disse a agência em nota ao portal G1.
Alojamento dos funcionários submetidos a trabalho análogo à escravidão. Foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação
As três vinícola exploravam trabalhadores na colheita de uva. Na última quarta-feira (22), 207 pessoas foram resgatadas em situação de trabalho análoga à escravidão. Os trabalhadores estavam em um alojamento na cidade de Bento Gonçalves, Serra do Rio Grande do Sul.
A Apex atendia as empresas por intermédio da “Wines of Brazil” (Vinhos do Brasil), uma parceria da agência com a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra). A agência também informou que solicitou à Uvibra um posicionamento quanto às condições de trabalho da produção de uva e vinho de todas as empresas que participam do Projeto Wines of Brazil. Ao todo, 23 empresas são apoiadas pelo projeto.
“No dia 25 pela manhã, a ApexBrasil cobrou esclarecimentos à Uvibra, com prazo de até 48 horas para a resposta, a respeito de medidas internas já adotadas pelas empresas, bem como ações que serão tomadas para mitigar os riscos de conformidade e integridade nas suas cadeias de fornecedores e prestadores de serviços”, detalha a nota.
ApexBrasil afirmou repudiar atos de violação aos direitos humanos e trabalhistas. Foto: Pexels
A ApexBrasil afirmou repudiar a situação desumana a qual os trabalhadores foram submetidos.
“A Agência repudia qualquer ato de violação aos direitos humanos e trabalhistas, conforme diretrizes e normas internas de integridade”.
Nas redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se manifestou sobre o caso.
“Colocamos a Corregedoria da Brigada Militar à disposição para apurar eventual participação de policiais em atos de coação aos trabalhadores explorados na serra gaúcha. Também solicitamos o compartilhamento de provas entre a PF e a corregedoria da Brigada. Convoquei para logo mais uma reunião com secretários para tratar de novas ações em relação a este crime absurdo e lamentável”, publicou o governador.
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