“É coisa de preto, né?”, essa foi a expressão racista utilizada pelo vereador Camilo Cristófaro (Avante) na Câmara Municipal de São Paulo, durante sessão no dia 03 de maio, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos. Nesta terça-feira (21), a Polícia Civil de SP indiciou o político por racismo, após mais de um mês do ocorrido.
A denúncia foi feita pela vereadora Luana Alves (PSOL), que levou o caso para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A Câmara Municipal também abriu, no dia 19 de maio, um processo contra o político, mas a investigação está parada devido a liminar do Tribunal de Justiça que alegou “influência pessoal” da relatora Elaine do Quilombo Periférico (PSOL).
O caso aconteceu durante uma reunião da Câmara, em que o vereador participava remotamente. Após o ocorrido, Camilo pediu desculpas e alegou a necessidade de “uma desconstrução desses preconceitos”.
“Um erro, cometi um erro. Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos. Apesar de ter tido uma fala racista, eu não sou racista em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso”, justificou o vereador.
A vereadora Luana Alves enxerga com otimismo o indiciamento do parlamentar. “Eu fico bastante satisfeita que haja uma resposta do ponto de vista da polícia e do judiciário em relação a esse caso. A gente sabe que o crime de racismo é um crime que não tem só a ver com o comportamento individual, é um crime que fere toda a população preta brasileira. Eu fico muito contente com esse indiciamento e a gente espera que seja aplicado para todos, que a partir desse indiciamento mais pessoas tenham coragem de denunciar o racismo”, comentou a vereadora.
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