Veneno, bomba e tiro: PF prende grupo que planejou golpe de Estado e assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes em 2022

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Brasília (DF), 25/10/2024 - O vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam de cerimônia de assinatura do novo acordo de repactuação da reparação dos danos da tragédia de Mariana (MG). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) desmantelou nesta terça-feira (19) a Operação Contragolpe, desarticulando uma organização criminosa que planejava um golpe de Estado após as eleições de 2022. O objetivo era impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, além de restringir o funcionamento do Judiciário. A ação resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo um policial federal e quatro militares conhecidos como “kids pretos”. Suspeitos planejaram envenenar, usar explosivos e até ataques químicos.

O ministro do STF, Alexandre de Moraes tornou pública a decisão que determinou a previsão preventiva dos cinco acusados no planejamento do golpe de Estado.

O planejamento era para que Lula e Geraldo Alckmin fossem assassinados antes da posse no dia 01/01/2023 – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

“Punhal Verde e Amarelo”

De acordo com as investigações, o grupo utilizava técnicas avançadas de operação militar para coordenar ações golpistas. Uma delas, chamada “Punhal Verde e Amarelo”, previa o assassinato de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O plano seria executado em 15 de dezembro de 2022 e incluía um monitoramento detalhado do deslocamento destas três autoridades.

A PF identificou ainda que os golpistas cogitaram métodos como envenenamento, uso de explosivos e ataques químicos. Em um dos documentos obtidos, os investigadores apontam que o grupo estava disposto a aceitar danos colaterais graves, incluindo a morte de seguranças e dos próprios executores, para eliminar os alvos.

Além disso, o planejamento previa a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, liderado pelos próprios integrantes da organização, para administrar possíveis conflitos após a tomada do poder.

Envolvimento e prisões

Foram presos:

  • Wladimir Matos Soares, policial federal;
  • Mario Fernandes, general de brigada na reserva;
  • Helio Ferreira Lima, tenente-coronel;
  • Rodrigo Bezerra Azevedo, major;
  • Rafael Martins de Oliveira, major.

Segundo a PF, um dos detidos ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência em 2022 e tinha ligações com o deputado Eduardo Paz, ex-ministro da Saúde.

Divisão de núcleos e alcance do grupo

As investigações mostram que a organização criminosa estava estruturada em cinco núcleos principais:

  1. Ataques virtuais contra opositores;
  2. Investidas contra instituições democráticas, como o STF e o TSE;
  3. Tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito;
  4. Ações antivacina e sabotagem a medidas sanitárias durante a pandemia;
  5. Uso da máquina pública para enriquecimento ilícito, incluindo falsificação de cartões de vacinação e desvio de bens de alto valor.

A investigação revelou que o monitoramento das autoridades começou em novembro de 2022, após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto. O encontro teria servido como ponto de partida para a elaboração do plano.

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