“Vai ser um desfile repleto de surpresas do início ao fim”, diz João Victor Araújo, carnavalesco da Beija-Flor

26-Carnaval-2023-Beija-Flor-abre-quadra-para-mais-um-ensaio-1-Jornal-Expresso-Carioca-Expresso-Carioca.webp

Este ano a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, da Baixada Fluminense, levará para a Marquês de Sapucaí o enredo “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, que vai apresentar para o público elementos do carnaval e da herança negra de Maceió, da nobreza da Etiópia, e do povo nilopolitano.

Em entrevista ao Notícia Preta, o carnavalesco da escola, João Victor Araújo, afima que este será “um desfile repleto de surpresas do início ao fim”, e explica como ele será contado na Avenida. “A gente pega esse personagem Rás Gonguila, para apresentar para o Brasil a importância da história desse cara na formação do carnaval de Maceió”, afirma o carnavalesco.

Beija-Flor no ensaio técnico de 2024, na preparação para o desfile /Foto: Alexandre Macieira | Riotur

A história que a azul e branco de Nilópolis vai contar, é baseada na história de Rás Gonguila. “Foi um engraxate, descendente de escravizados. Ele era pobre e vivia pelo centro de Maceió, conhecia muito bem a vida boêmia da cidade e apaixonado pelo carnaval. Um dia ele decide criar seu próprio bloco, o ‘Cavaleiro dos Montes’, e depois de ouvir na rádio que o último imperador da Etiópia havia sido coroado, ele lembra das história que seus pais contavam sobre a relação sanguínea dele com os quilombolas e com a nobreza da Etiópia“, explica o carnavalesco.

A partir de então, esse personagem passa a se autodeclarar o “Novo Príncipe etíope das Alagoas”, e assim passa a se chamar Rás Gonguila, sendo este primeiro nome, o Rás, o título máximo da nobreza da Etiópia, segundo conta João, que detalha como a Beija-Flor pretende contar todas as nuances, no Sambódromo.

A gente começa com o Quilombo dos Palmares, que é a origem do Gonguila, depois passa pelo carnaval de Maceió e o bloco que ele fundou. Na terceira parte vem a corte etíope que é um momento de delírio dele, que ele decide colocar essa coroa imaginária na cabeça dele, e depois a gente convoca a corte nilopolitana para conhecer essa figura“, conta João Victor.

Ele pontua que a alegria de Maceió foi uma grande inspiração, mas que ao chegar lá, poucos sabiam sobre a história dessa figura. Depois de dias de pesquisa, e uma conversa com a família de Gonguila, que o enredo tomou forma.

O carnavalesco também aumenta as expectativas do público sobre o que será apresentado na Sapucaí. “Eu acho que o desfile da Beija-Flor terá surpresas do início ao fim. Nós temos uma comissão de frente que terá muitas novidades, um carro abre-alas capaz de causar um impacto bem bacana, com movimentos até então nunca feitos na Marquês de Sapucaí. Uma escola grande, rica e luxuosa“.

Leia também: Carnaval 2024: programação de blocos de rua do Rio pode ser consultada em aplicativo

Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top