O uso prolongado de omeprazol pode estar associado à deficiência da vitamina B12. Essa relação tem sido analisada em estudos, entre eles um amplamente divulgado pela Journal of the American Medical Association (JAMA), que examinou dados de pacientes vinculados ao Kaiser Permanente na Califórnia. A apuração é do Metrópoles.
Nesse estudo de caso-controle, foram comparados 25.956 pacientes com deficiência de B12 e 184.199 sem deficiência, observando-se que o uso de inibidores da bomba de prótons (IBPs) – como omeprazol – por dois anos ou mais aumentou o risco de deficiência em cerca de 65% (OR 1,65; IC 95%: 1,58–1,73) em relação a quem não os usava. Doses diárias superiores a 1,5 comprimidos elevaram ainda mais o risco (OR 1,95).
Isso acontece porque o omeprazol diminui a acidez do estômago. Com isso, o corpo tem mais dificuldade para absorver a vitamina B12 dos alimentos. A falta dessa vitamina pode causar anemia e até problemas de memória e concentração, especialmente em idosos.
Outras pesquisas também apontam que o uso prolongado do omeprazol pode reduzir não só a B12, mas também outros nutrientes, como ferro, cálcio e magnésio, importantes para a saúde do sangue e dos ossos.
Apesar disso, um estudo feito com idosos com mais de 80 anos não encontrou diferença nos níveis de B12 entre quem usava e quem não usava o remédio. Ou seja, os efeitos podem variar de pessoa para pessoa.
Especialistas recomendam que quem usa omeprazol por muito tempo converse com um médico para avaliar se é mesmo necessário continuar com o remédio. Em alguns casos, pode ser importante fazer exames de sangue para verificar os níveis de vitamina B12 e, se preciso, fazer reposição.
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