UnB disponibiliza vagas destinadas a quilombolas pela primeira vez

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A Universidade de Brasília (UnB) anunciou que o processo de seleção para o ingresso na instituição terá cotas para quilombolas a partir do segundo semestre desse ano. A política vai favorecer pessoas do Distrito Federal e estados vizinhos. No edital publicado pela universidade, o ingresso deve ser feito por meio de notas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2022. 

As inscrições para o Vestibular UnB 2023 terminam nesta quarta-feira (19), e os candidatos melhor qualificados vão ocupar as vagas de cursos de graduação presenciais. No edital também fica estabelecido que os que se inscreverem para concorrer às vagas destinadas aos candidatos indígenas ou quilombolas deverão passar pela etapa de verificação de autodeclaração a partir do envio de documentos e entrevista.

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Universidade vai disponibilizar vagas direcionadas a cotas para quilombolas. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

Quem se autodeclarar quilombola também terá que enviar a foto de uma Declaração de Pertencimento à Comunidade Quilombola, assinada por liderança ou organização quilombola, atestando o seu vínculo ao grupo.

A inclusão do sistema de cotas para quilombolas, que é facultativo, na UnB, evidencia a baixa da adesão das instituições. Segundo a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), cerca de 20% das universidades públicas brasileiras utilizam esse tipo de cota. Todas concentradas em apenas oito estados: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Já o Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), ligado ao Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), realizou um levantamento usando informações correspondentes até o ano de 2019, que mostrou que no geral, as universidades públicas comportam até 384 mil alunos. Desse total, apenas 2.035 vagas são entregues aos quilombolas, aponta a entidade. 

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Bárbara Souza

Bárbara Souza

Carioca da gema, criada em uma cidade litorânea do interior do estado, retornou à capital para concluir a graduação. Formada em Jornalismo em 2021, possui experiência em jornalismo digital, escrita e redes sociais e dança nas horas vagas. Se empenha na construção de uma comunicação preta e antirracista.

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