Depois do registro de fraudes em diversos casos pelo país, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), decidiu implantar uma Comissão Complementar à Autodeclaração. De hoje (8) até quarta feira (10), são esperados 698 estudantes que se enquadram nos parâmetros de que se autodeclaram negros (pretos ou pardos) e passarão pelo procedimento de heteroidentificação.
Segundo a professora Shirley Miranda, presidente da Comissão Permanente de Ações Afirmativas e Inclusão, a autodeclaração é o primeiro passo para a reserva de vagas destinadas às pessoas socialmente excluídas por características associadas ao racismo. “As denúncias de fraude levaram a UFMG a aperfeiçoar o mecanismo de ingresso por reserva de vagas. O objetivo é identificar os candidatos que compõem o público-alvo da política de ações afirmativas na modalidade de cotas raciais”, informou.
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Ainda de acordo com a docente, os integrantes das bancas identificam os candidatos que possuem o conjunto de características fenotípicas associadas ao racismo que podem gerar exclusão social.
Ao todo, 50 avaliadores participarão do processo, compondo 12 bancas. Todos os profissionais são técnicos e docentes que passaram por uma formação conceitual e técnica na última segunda feira (1). Shirley Miranda ressalta ainda que o procedimento de heteroidentificação é de natureza administrativa, realizado por agentes públicos, que seguem normas específicas, respeitam sigilo e garantem a idoneidade do processo. “Os candidatos que tiverem a autodeclaração confirmada pela Comissão Complementar receberão o comprovante definitivo de matrícula no dia 2 de agosto. Até 14 de agosto, serão analisados os recursos dos que tiverem seus pedidos indeferidos na primeira etapa”, avaliou.