O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (11) uma nova tarifa de 30% sobre todas as importações vindas do México e da União Europeia. A medida, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto, foi formalizada por meio de cartas enviadas aos governos dos dois blocos e faz parte de uma política econômica mais agressiva em relação ao comércio exterior.
Segundo Trump, a nova taxa tem dois objetivos principais: combater a crise provocada pelo fentanil, especialmente na fronteira com o México, e reequilibrar o déficit comercial dos Estados Unidos com parceiros considerados “injustos”, como os países europeus. De acordo com o governo norte-americano, o déficit comercial com a União Europeia ultrapassou os 230 bilhões de dólares em 2024.

Na carta enviada à presidente do México, Claudia Sheinbaum, Trump afirmou que o país vizinho “não tem feito o suficiente para conter os cartéis de drogas”, responsabilizando diretamente os grupos criminosos pela entrada de fentanil no território americano. O republicano descreveu os cartéis como “as pessoas mais desprezíveis que já caminharam sobre a Terra”.
Já na comunicação à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump justificou a tarifa alegando que as políticas comerciais da UE prejudicam empresas e trabalhadores norte-americanos. A decisão gerou reações imediatas. A União Europeia afirmou que está avaliando medidas de retaliação e classificou a atitude dos Estados Unidos como “desestabilizadora”. O governo do México também se pronunciou, dizendo que considera a medida “injusta e prejudicial às relações diplomáticas e comerciais”.
Esta é a mais recente de uma série de ações unilaterais adotadas por Trump em sua atual gestão. Desde o início do ano, o republicano já notificou pelo menos 25 países sobre possíveis mudanças nas regras de importação, incluindo Canadá, Japão, Reino Unido, China, Brasil e Coreia do Sul.
LEIA TAMBÉM: “Cenário de incerteza”, alerta economista após taxa 50% imposta por Trump
A tarifa de 30% será aplicada sobre todos os produtos importados do México e da União Europeia, com exceção daqueles fabricados em solo americano por empresas estrangeiras instaladas nos Estados Unidos. Especialistas em comércio internacional alertam que a medida pode impactar os preços de produtos no mercado interno, afetar cadeias globais de produção e gerar instabilidade nas relações comerciais internacionais.
A expectativa é que os países afetados tentem negociar diretamente com os Estados Unidos até a data de início da tarifa. Caso contrário, o cenário pode evoluir para uma nova rodada de guerra comercial em escala global.