Tremor que deu início à evacuação de áreas afetadas pela mineração em Maceió (AL) completa 6 anos 

IMG_1827.jpg

O terremoto que deu início à evacuação  de diversas áreas afetadas  pela mineração em Maceió (AL) completa 6 anos. A extração de sal-gema feita por décadas pela empresa Braskem provocou a desocupação de  aproximadamente 14 mil imóveis em 5 bairros, afetando por volta de 60 mil pessoas. O temor de magnitude 2,5  afetou o bairro Pinheiro no dia 3 de março de 2018  .

No último domingo (03), ex-moradores dos bairros atingidos, que fazem parte do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB)  realizaram uma passeata na qual levaram cartazes e cruzes, reivindicando seus direitos e pedindo para que a luta deles não seja esquecida. Essa ação, de nome “Via-Crúcis“, faz parte da Jornada Por Memória, Justiça e Direitos, que vai acontecer até o dia 9 deste mês.

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) promoveu no último domingo (03) uma ação chamada de “Via-Crúcis “para reivindicar os seus direitos e para que a luta não fosse esquecida – Reprodução/ Ricardo Amaral/ TV Gazeta

Além disso, as ações seguem com atividades ao longo da semana, como nesta segunda-feira (04), estão previstas intervenções artísticas, no chamado “Dia D de expressão das vítimas”. Na terça-feira (05), acontecerá o lançamento presencial do livro “Colapso Mineral em Maceió”, no bairro do Bom Parto. Já quarta-feira (6), será realizada uma sessão de cinema seguida de um  debate em que  o filme “A Braskem também passou por aqui” será exibido. A exibição será realizada no Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa).

Entenda o caso

Em fevereiro e março de 2018, vários tremores de terra e afundamentos de solo atingiram a área onde a Braskem fazia exploração subterrânea de sal-gema, em Maceió. O desastre causou estragos nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Farol e Bebedouro. Ocasionando buracos profundos, muros desabados, além de rachaduras e fissuras em prédios e ruas da região.

Em novembro de 2023, mais 5 tremores de terra ocorreram na região próxima da lagoa Mundaú. Aliás, em dezembro do ano passado, a Defesa Civil de Maceió captou um afundamento de cerca de 2 metros na região próxima da mina 18 da Braskem, uma das 35 que a empresa mantinha na localidade para a exploração do mineral.

 A cratera foi aberta sob a lagoa Mundaú quando o solo ruiu uma comporta equivalente ao volume de 11 piscinas olimpíadas. A Defesa Civil faz o monitoramento constante das áreas com instabilidade. Com base nos dados adquiridos ao longo dos últimos cinco anos pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração, mais de 200 mil pessoas foram afetadas diretamente, além de outros milhares afetados indiretamente.

A Braskem criou, no final de 2019, um  Programa de Compensação Financeira com intuito de indenizar os proprietários dos imóveis que tiveram que ser desocupados. No entanto,  os moradores da região que discordavam dos valores oferecidos movem ação na Justiça contra a mineradora.

Além do mais, após indenizar parte dos proprietários dos imóveis das áreas desocupadas, a empresa firmou acordo, em janeiro de 2023, para indenizar a Prefeitura de Maceió em R$1,7 bilhão em razão dos prejuízos causados à capital com o afundamento do solo. 

Leia também:Colapso em mina provoca afundamento de solo e estado de alerta em Maceió

Aline Rocha

Aline Rocha

Aline Rocha é Graduada em Licenciatura em Linguagens e Códigos- Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Maranhão. Pós-Graduada em Linguagens, Suas Tecnologias e o Mundo do Trabalho pela Universidade Federal do Piauí. É integrante do grupo de pesquisas: GEPEFop LAPESB- Laboratório de pesquisa Pierre Bourdieu: Análise sobre a prática pedagógica.Atuou como bolsista no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), na qual ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 6º ano e 9º ano, tanto na modalidade regular como na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre 2018 a 2020. Atuou como bolsista Capes no Programa Residência Pedagógica, em que ministrou aulas de Língua Portuguesa nas turmas do 9º ano, 1º ano e 3º ano do Ensino Médio, entre 2020 a 2022. Atuou como monitora voluntária na disciplina de Linguística Textual, na turma 2018, do curso de Linguagens e Códigos-Língua portuguesa, na Universidade Federal do Maranhão. Atualmente é Professora da Educação Básica e pesquisadora Antirracista.

Deixe uma resposta

scroll to top