Sete trabalhadores foram resgatados em condições análogas à escravidão, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), no interior de São Paulo. Todos foram contratados para realizar o plantio de banana em Eldorado, no Vale do Ribeira. De acordo com a Promotoria, os trabalhadores foram encontrados em uma situação de extrema precariedade, como por exemplo, a falta de água potável.
Por conta disso, o grupo precisava coletar água em um córrego próximo do alojamento, para beber. A ação, registrada na última quinta-feira (21), contou com a participação de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Registro.
Além disso, o alojamento onde estavam não oferecia condições adequadas de descanso. Sem camas, todos dormiam em colchões no chão. Um dos banheiros não possuía chuveiro, e os trabalhadores eram obrigados a tomar banho de água fria por meio de um cano improvisado.
Os fiscais também apontaram irregularidades nas frentes de trabalho. Os membros do grupo, contratados para plantar banana, realizavam suas atividades sem equipamentos de proteção adequados para lidar com agrotóxicos, como máscaras, luvas e óculos. Apenas um dos trabalhadores possuía registro em carteira de trabalho; os demais estavam em situação informal.
Segundo o procurador Gustavo Rizzo Ricardo, a situação encontrada pela equipe fiscalizadora é de extrema gravidade. “Os trabalhadores estavam alojados em condições subumanas, sem sequer ter acesso à água potável de qualidade“, destacou.
Como resultado da operação, os sete homens resgatados do local, valores referentes a um termo de ajuste de conduta, feito com o empregador, que se comprometeu a pagar R$ 80 mil em verbas rescisórias e mais R$ 80 mil por dano moral.
Além disso, Gustavo Rizzo também ressaltou que outras operações serão realizadas no Vale do Ribeira, com o objetivo de coibir práticas semelhantes e garantir condições dignas de trabalho para todos os trabalhadores da região.
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